View of debris inside Adolf Hitler's command bunker under the Reichschancellery building, July 1945. Hilter and his wife of one day, Eva Braun, commited suicide in th ebunker on April 30. (Photo by William Vandivert/The LIFE Picture Collection via Getty Images)

O Colapso do Terceiro Reich: Hitler e Seu Último Refúgio

O Refúgio de um Ditador

Na primavera de 1945, enquanto as tropas soviéticas fechavam o cerco sobre Berlim, um homem assistia ao fim de seu império de dentro de um abrigo subterrâneo. O bunker da Chancelaria do Reich, localizado a 10 metros de profundidade, tornou-se o último refúgio de Adolf Hitler. Ali, cercado por um grupo de fieis seguidores, o ditador viu sua grandiosa visão de domínio mundial desmoronar em meio a ruínas e fumaça.

O bunker de Hitler era uma estrutura de concreto projetada para resistir a ataques aéreos, mas não ao colapso de uma nação inteira. Composto por 20 pequenos cômodos, o subterrâneo abrigava a alta cúpula nazista e seus serviços essenciais. A iluminação artificial, a umidade constante e o cheiro de óleo diesel misturavam-se ao ar viciado, tornando o ambiente claustrofóbico. Aquele local se tornaria o palco final de uma tragédia que marcaria para sempre a história da Alemanha.

O Isolamento e a Paranóia

Os dias no bunker eram marcados por um ciclo de desesperança e ilusão. Hitler, cada vez mais debilitado e isolado, confiava cegamente em relatórios que falavam de exércitos que não existiam e contra-ataques que jamais aconteceriam. Os mapas na mesa de guerra mostravam uma Alemanha que já não existia. Fora das paredes de concreto, os canhões soviéticos já podiam ser ouvidos claramente, marcando a proximidade do fim.

Dentro do bunker, o ambiente era de tensão crescente. Generais como Wilhelm Keitel e Alfred Jodl temiam contrariar as ordens do Führer, mesmo sabendo que a resistência era fútil. Joseph Goebbels, o incansável ministro da Propaganda, manteve a retórica inflamável, afirmando que Berlim deveria lutar até o último homem. A cada dia, a paranóia de Hitler aumentava, e seus acessos de cólera eram seguidos por silências longos e depressivos.

A Vida no Subterrâneo

O bunker não abrigava apenas militares e políticos. Havia ali também serviçais, enfermeiros, secretárias e até crianças. A alimentação se tornava cada vez mais escassa, e os relatos dos sobreviventes descrevem um ambiente opressivo, dominado pelo medo e pela incerteza. Eva Braun, companheira de Hitler, tentava manter uma rotina artificial, organizando pequenos jantares e bebendo vinho em meio ao caos.

Relatos apontam que Hitler se alimentava quase exclusivamente de bolos e chocolates, enquanto sua saúde se deteriorava. Seu corpo franzino tremia incontrolavelmente, e seu olhar estava perdido. À medida que os dias passavam, o bunker se tornava um tumulo antecipado para aqueles que ali estavam.

O Colapso Final

Em 29 de abril, Hitler finalmente aceitou o inaceitável: a Alemanha estava derrotada. Ele ditou seu testamento político, culpando os militares por sua derrota e reafirmando seu ódio contra os judeus. Poucas horas depois, casou-se com Eva Braun e distribuiu cápsulas de cianeto entre seus mais próximos.

No dia seguinte, por volta das 15h30, Hitler e Eva Braun retiraram-se para seus aposentos privados. Pouco depois, um tiro ecoou pelo bunker. Quando os serviçais entraram, encontraram Hitler morto com um tiro na cabeça e Eva Braun envenenada ao seu lado. Seus corpos foram queimados com gasolina, conforme suas próprias instruções, mas os soviéticos encontrariam os restos carbonizados dias depois.

O Terceiro Reich, que havia prometido durar mil anos, chegou ao fim em um subterrâneo escuro e sufocante, entre explosões e fumaça. O bunker, que serviu de último refúgio para Hitler, tornou-se também seu túmulo.

Sobre Ricardo Lavecchia

Desenhista, Ilustrador e pesquisador sobre a Segunda Guerra Mundial

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