Rosemary Fagot – Uma Latina na Marinha dos Estados Unidos

Rosemary Fagot, uma latina que serviu na Marinha Norte Americana durante a Segunda Guerra Mundial.

Nascida no ano de 1922 em uma cidade costeira da Nicarágua, irmã mais velha de oito irmãos.

Seu pai era cidadão americano de Nova Orleans e ela foi registrada como cidadã americana ao nascer.

Ela não recebeu muita escolaridade.

Antes da guerra, ela trabalhava em uma mina de ouro com o pai.

Sendo muito bela, atraiu a atenção de muitos jovens que estavam no mesmo campo de mineração em uma região de selva no seu país. 

Rose chegou a ser cortejada por um jovem, mas vendo o futuro simples das mulheres naquele local, recusou o cortejo. 

O operador da mina tinha uma esposa americana que lia revistas americanas como Life.

Com ideias totalmente diferentes das mulheres locais, Rosemary Fagot, se interessou por anúncio da Marinha de guerra norte americana na revista Life, e não mediu esforços para se alistar.

Escreveu uma carta, e logo em seguida recebeu a visita de oficiais para entrevista-la, assim como seus pais.

A vida não foi fácil para Rosemary e ela teve que guardar dinheiro para ir até Nova Orleans para ser aceita na Marinha.

Ela tinha um tio que morava na cidade que a levou ao escritório local da Marinha, onde ela prestou juramento.

Rosemary Fagot foi enviada para o Hunter College, em Nova York, para um campo de treinamento.

Também fora muitas vezes motivo de chacota por outras mulheres por ser latina.

A nova recruta da Marinha Americana tinha somente a escola primaria e não falava bem o inglês, mas era inteligente e esforçada para conseguir passar 10 meses em Nova York fazendo um curso de adaptação.

Durante a vida nunca tinha feito um teste, mas passou entre as 15 selecionadas para a faculdade de Iowa para estudar a Inteligência da Marinha.

Fagot aprendeu taquigrafia e digitação por cinco meses antes de ser transferida para Miami, Flórida.

Não havia quartéis em Miami e por isso ficaram em um hotel.

Miami era o centro de ligação internacional.

Durante a Segunda Guerra havia muitas visitas de políticos e militares latinos americanos as bases na américa do norte, devido a isso Rosemary foi promovida a YEOMAN* da Marinha por conta de falar o espanhol e poder traduzir para o seu Capitão WB Howe.

A sua formação deixou de ser motivo de piada e se tornou se extrema importância, a tornando diferente das outras WAVES** que também tinham se alistado.

Sua função era de oficial de ligação com militares estrangeiros quando em visita a Miami, participava de reuniões, traduzia documentos e cuidando para que os visitantes fossem bem tratados e acomodados.

Devido a essa função tinha acessos a diversos documentos secretos da inteligência.

Ela portava uma arma na bolsa e aprendeu a atirar porque poderia estar carregando documentos sobre a bomba atômica sem saber.

Relatou, certa vez, que uma das coisas mais difíceis era ter que andar com uma arma em sua bolsa quando estava portando os documentos secretos, ela diz que tinha que estar disposta a atirar caso alguém tentasse pegar sua bolsa, tinha que atirar para matar, mas estava preparada para defender os interesses do país, custasse o que custar.

Um dos obstáculos que Rosemary Fagot também teve nessa época foi o assédio de outros militares. 

Certa vez teve que cumprir uma missão de acolher e acompanhar alguns sul-americanos até um determinado hotel, e eles a assediaram.

Nas próximas missões foi acompanhada de um fuzileiro naval em traje de gala inibindo os avanços.

Ao término da guerra deixou a marinha como YEOMAN de 1º classe.

Casou-se e levou toda sua família para o Estados Unidos.

Rosemary Fagot faleceu em 13 de Novembro de 2013 aos 91 anos de idade.

*Yeoman: Uma posição da Reserva Naval dos EUA. Algumas reservistas do sexo feminino realizava tarefas de escritório, tais como digitação, estenografia, contabilidade, contabilidade, controle de estoque e operação do telefone.

**WAVES: ou “Women Accepted for Volunteer Emergency Service”, foi criada em 30 de julho 1942 como a divisão da Reserva Naval dos Estados Unidos, que era constituída exclusivamente por mulheres.

Referência: The Digital Collections of the National WWII Museum : Oral Histories | Oral History (ww2online.org)