Desde a Revolução de 1930, o governo brasileiro planejava a construção de uma indústria siderúrgica nacional para o desenvolvimento econômico e também para a soberania do Estado.
Em junho de 1939, no ato da visita aos Estados Unidos do chefe do Estado-Maior do Exército brasileiro, general Góes Monteiro, o governo estadunidense se pôs a disposição para cooperar com o setor econômico e militar brasileiro desejando em troca a colaboração nos planos de defesa continental traçados em Washington.
Seguindo com os seus intuitos, um grupo de técnicos da empresa estadunidense United States Steel foi remetido ao Brasil e como resultado favorável aos seus estudos, foi criada a Comissão Preparatória do Plano Siderúrgico. Porém, em janeiro de 1940 a empresa desistiu da construção da usina no Brasil. As especulações sobre os motivos dessa desistência giram em torno dos estudos feitos na época sobre a possibilidade da criação de um novo Código de Minas que vetaria a participação estrangeira na atividade metalúrgica.
A partir daí, o governo brasileiro decidiu concretizar a construção de uma empresa nacional, através da ajuda de empréstimos estrangeiros. Ainda em 1940 foi criada a Comissão Executiva do Plano Siderúrgico Nacional, que fixou metas de produção e financiamento e decidiu que a localização da usina seria em Volta Redonda no Rio de Janeiro.
A embaixada brasileira em Washington, sob autorização do governo, solicitou ao Eximbank um crédito de US$ 17 milhões para a aquisição de maquinaria. O governo estadunidense, além de manter-se indefinido, tentou reatar as negociações entre o Brasil e a United States Steel; solução que havia perdido o interesse para o governo brasileiro.
A decisão veio após o discurso de Getúlio Vargas a bordo do encouraçado Minas Gerais em 11 de junho de 1940. Contendo alusões de simpatia ao Eixo, o discurso é interpretado como manobra para forçar os Estados Unidos a favorecer a implantação da siderurgia no Brasil. Manobra que deu certo. Pois, uma comissão integrada por Edmundo de Macedo Soares, Guilherme Guinle e Ari Torres foi aos Estados Unidos para negociar o financiamento com o Eximbank e recebeu um empréstimo de US$ 20 milhões.
Tal negociação foi a principal razão pela qual o governo brasileiro, mais tarde, decidiria participar ativamente dos conflitos na Europa. As demais razões serviriam apenas para acirrar a opinião pública.