Chamo-me Antônio José dos Reis, na guerra fui soldado do 11º RI – Cia. De Metralhadoras do 2º Batalhão.
Antes da Viagem, eu achei uns limões e chupei então não passei mal.
A chegada foi tudo bem. Logo que chegaram à Itália fomos aos treinamentos, com armas americanas.
Como não tinha ninguém nas comunicações o comandante escolheu eu e mais dois para ficarmos cuidando da comunicação. Não participei de combate.
Como soldado telefonista a obrigação era cuidar das linhas telefônicas da companhia sejam elas com os pelotões avançados ou com comandos de retaguarda.
Não tive muitas coisas marcantes na guerra. Não tive doença, mas ver os caminhões lotados de cadáveres foi muito triste.
Segue algumas lembranças.
1 – Em Colecchio, às 4 horas, estávamos indo ocupar nossos lugares eu mais 2 soldados,
1 sargento o motorista quando encontraram uma senhora que perguntou se erámos brasileiros. Respondendo que sim, ela informou que havia ali perto muitos “tedescos”
(alemães). Então tivemos que voltar e passamos um rádio avisando a companhia sobre o
fato.
2 – Às 10 horas o Capitão Ventura estava o dia todo no telefone e disse v vai ficar aqui um pouquinho que vou dormir. Mas só que quando vimos a linha tinha arrebentado e fui para reparar. Quando estava fazendo o serviço apareceu atrás de mim um alemão com uma bengala. Levei muito susto, mas vi que ele estava desarmado, levei-o para o Capitão Ventura. Ele estava com fome.
3 – E um dia quando estava correndo linha, estava com muita sede e parou para tomar água, e continuando a subir logo viu um cadáver de um soldado caído naquela água.
Fonte; Fatima Inhan – ANVFEB – Juiz de Fora