Síntese Histórica
Com a criação da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária em fins de 1943, o 2º Regimento Motomecanizado então sediado na Capital Federal, recebeu ordens para preparar um de seus Esquadrões para participar da Campanha da Itália, conforme Decreto-Lei Nº 6072-A, de 06 de dezembro de 1943. Foi designado o 3º Esquadrão de Reconhecimento e Descoberta, vindo a incorporar à 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária em 09 de fevereiro de 1944, com o nome de 1º Esquadrão de Reconhecimento.
Embarcou o 2º pelotão em 1º Escalão junto a Força Expedicionária Brasileira em 30 de junho de 1944, tendo chegado a Nápoles em 16 de Julho de 1944 e dirigindo-se para Bagnoli onde permaneceu e no dia 15 de setembro recebeu sua primeira missão de guerra, inicialmente reconhecendo eixos como: Manacuicolli – Chiesa – Massarosa – Ponte de San Pietro – San Macário Piano – San Macário do Monte; enfrentando um terreno de natureza difícil para operações mecanizadas, exigindo de seus homens grandes esforços para vencer as dificuldades impostas pela região de operações, aliadas à periculosidade do inimigo.
O grosso do Esquadrão embarcou com o 2º Escalão no dia 20 de setembro de 1944, chegando a Nápoles em 06 de outubro de 1944, vindo encontrar-se com o 2º pelotão no dia 16 de outubro de 1944 em Capugnano, passando então o 1º Esquadrão de Reconhecimento a atuar como um todo nas região de Gaggio Montano, mantendo posições defensivas, vigiando direções de acesso, fazendo ligações, combatendo, dando proteção e realizando todas as missões características da arma de cavalaria, ostentando com galhardia e coragem o pavilhão sagrado herdado com os mais caros sacrifícios dos nossos antepassados, onde quer que estivesse o Esquadrão no desempenho de qualquer missão, estava a audácia e a fibra do soldado brasileiro, dando orgulho e enobrecendo a Pátria.
Unidade de escolta, mantendo-se sempre a altura das responsabilidades da Força Expedicionária Brasileira, atuando vitoriosamente nas operações desenvolvidas: nos Apeninos, Reno, Vale do Pó, Montese, Ranocchio, Salto Bertocchio, Panaro, Marano sull Panaro, Collecchio, Fornovo e outros. Graças à capacidade combativa dos nossos pracinhas que se ambientaram rapidamente às mais diferentes condições climáticas, topográficas e psicológicas da região de combate e do batismo de fogo respectivamente, atuando com decisão e apagando com sangue os preceitos desumanos das ideias Nazifascistas.
Teve o Esquadrão como comandante desde sua criação o Capitão Flávio Franco Ferreira, até 29 de dezembro de 1944, deixando o Comando por problemas de saúde ao seu Subcomandante o Tenente Plínio Pitaluga.
O Decreto Nº 20.060, de 17 de agosto de 1949 dá a denominação de “Esquadrão Tenente Amaro” ao 1º Esquadrão de Reconhecimento Mecanizado, em consideração às destacadas ações militares realizadas nos campos da Itália e em memória ao 2º Tenente Amaro Felicíssimo da Silveira que tombou em cumprimento do dever à frente de uma patrulha, na região de Montilloco nas encostas do maciço Belvedere La Torraccia a 20 de Novembro de 1944.
Conforme Portaria Ministerial Nº 044, de 07 de Novembro de 1972, passou a denominar-se 1º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado “Esquadrão Tenente Amaro”.
Transferido do Rio de Janeiro para Valença, por Decreto Nº 71.532, de 12 de Dezembro de 1972, o 1º Esquadrão é detentor das mais caras tradições da Cavalaria Brasileira, adquiridas nos campos de batalha e reconhecidos seus feitos heroicos por exércitos estrangeiros.
Orgulha-se por ter sido a única Unidade da arma de Osório a participar do maior conflito bélico acontecido na face da terra.
A CAVALARIA DA 1ª D.I.E.
“Os bravos soldados da cavalaria da FEB estão impacientes. A arma dos espaços livres, do denodo, do desprendimento, dificilmente se conforma com a situação de estabilidade duradoura da frente.
O movimento é a sua preocupação, movimento para barrar a progressão inimiga contra a nossa tropa, movimento para atacar de surpresa ou em força o adversário que a espera ou que se lhe furte aos golpes bem ajustados; a arma de Andrade neves aguarda, ansiosa, o sinal do comandante da FEB, para cerrada batalha sobre o inimigo, não lhe permitir a manobra que por certo procurará realizar para furtar-se à nossa ação.
Os soldados do esquadrão de reconhecimento que, enquanto esperam a realização do seu desejo, têm eficientemente combatido nas trincheiras, como os seus irmãos de infantaria, em breve serão satisfeitos. E quando o sinal lhes for apontado, uma onda de contentamento percorrerá toda a unidade.
E que, então, o espírito da tradicional cavalaria do Brasil ressurgirá na radiosa mocidade dos soldados da cavalaria da FEB, para iniciar a perseguição ao inimigo, numa sequência de golpes sem tréguas, justos e oportunos.
E nessa investida decisiva para as armas brasileiras, fulminantes para a obtenção da vitória geral, saberão os valentes soldados do esquadrão, nos seus potentes meios de aço e fogo, calar a voz inimiga, para que só seja ouvida, sempre a impulsioná-los para frente, a voz do direito, a voz da justiça, a voz da liberdade, conjunto harmônico que é a própria voz do nosso Brasil muito querido.
SOLDADOS DO ESQUADRÃO! EU CREIO NA VOSSA AÇÃO! AVANTE, PELA VITÓRIA”.
Fonte: Boletim Interno Nº 31, de 31 de janeiro de 1945 da 1ª D.I.E
ORGANOGRAMA DO 1º ESQUADRÃO DE RECONHECIMENTO
1º ESQUADRÃO DE RECONHECIMENTO
RIO DE JANEIRO – 06 DEZEMBRO DE 1943
1º ESQUADRÃO DE RECONHECIMENTO
“ESQUADRÃO TENENTE AMARO”
RIO DE JANEIRO – 17 AGO 1949
1º ESQUADRÃO DE CAVALARIA MECANIZADO
“ESQUADRÃO TENENTE AMARO”
RIO DE JANEIRO – 07 NOV 1972
1º ESQUADRÃO DE CAVALARIA MECANIZADO
“ESQUADRÃO TENENTE AMARO”
VALENÇA – RJ – 12 DEZ 1972
1º ESQUADRÃO DE CAVALARIA LEVE
“ESQUADRÃO TENENTE AMARO”
VALENÇA – RJ – 24 SET 2004
(Portaria Nº 634)
CORPO EXPEDICIONÁRIO
1º Esquadrão de Reconhecimento da 1ª D.I.E – 1944.
MORTOS DO 1º ESQUADRÃO DE RECONHECIMENTO NA ITÁLIA
Lápides no Monumento aos Mortos da 2ª Guerra Mundial no Rio de Janeiro
Pátio do 1º Esqd. C. Mec. Valença, RJ Homenagem aos que tombaram no campo de batalha. | Cemitério de Pistóia – Itália Túmulo do Tenente Amaro |
CAMPANHA NA ITÁLIA
FONTE: 1º Esquadrão de Cavalaria Leve – Esquadrão Tenente Amaro – Valença, RJ
(Material gentilmente enviado pelo ST Romano, Encarregado do Museu Militar Cap. Pitaluga)
Boa tarde.
Uma ótima página para pesquisa.Parabéns,gostei muito.