Na conferência de Havana, foi afirmada a solidariedade continental em face de uma agressão externa a qualquer país do continente, fato que levou o Brasil ao inevitável: o rompimento de relações diplomáticas com os países do Eixo. O rompimento foi declarado oficialmente na Reunião de Chanceleres do Rio de Janeiro, em janeiro de 1942.
Rapidamente houve resposta do Eixo, nos afundamentos de navios mercantes na costa brasileira. Deu-se então uma grande mobilização civil e militar contra o Reich. Porém, as vitórias alemãs na Europa e na África exerciam forte influência sobre as Forças Armadas, o que gerou um mal-estar dentro do governo brasileiro, entre os que apoiavam a aliança com os Aliados e aqueles que se simpatizava com as forças do Eixo.
Outro fator, ainda complicaria as negociações com os Estados Unidos que intencionava enviar tropas para ocupar o Nordeste brasileiro sob a alegação de que essa região era um alvo fácil para a infiltração nazista na América. O governo brasileiro, no entanto insistia na sua soberania e cuidava para que a defesa do país fosse feito por suas próprias forças armadas. Mas o Brasil carecia de material bélico moderno.
Enquanto as negociações não se definiam, o governo Vargas colaborou de outras formas com os Estados Unidos:
- Em outubro de 1940 foi criada a Comissão Mista Brasil – Estados Unidos, para aprimorar as medidas comuns de defesa.
- E m janeiro de 1941, um acordo previu a instalação no Rio de Janeiro de duas missões militares estadunidenses (Exército e Aviação).
- Em abril de 1942, outro acordo concedeu facilidades à Marinha dos Estados Unidos em operações na costa brasileira.
E finalmente, em julho de 1941, o Brasil autorizou o uso de suas bases navais e aéreas no Nordeste pelas tropas estadunidenses.
Getúlio Vargas, ciente da importância da modernização do equipamento bélico, e interessado no apoio dos militares para seu governo, decidiu pelo alinhamento com os Estado Unidos e fornecer o material solicitado. E desta forma rompeu oficialmente com as forças do Eixo, durante a reunião dos Chanceleres no Rio de Janeiro.
Os chefes militares brasileiros argumentavam que o Brasil não poderia romper com o Eixo, pois não poderia arcar com as consequências devido a carência de equipamento bélico. Após difíceis negociações, foi assinado em março de 1942, um acordo que previa o envio de armas e munições ao Brasil no valor de US$ 200 milhões.
Em resposta, Vargas atendeu à reivindicação dos Estados Unidos de aumentar seus efetivos no Nordeste e construir novas instalações militares na região. Num outro acordo, em maio de 1942, foram criadas comissões militares, em ambos os países, encarregadas de desenhar os planos de defesa conjunta para o Nordeste e elevar a capacitação das Forças Armadas Brasileiras.
Bem próximo da declaração de guerra do Brasil à Alemanha e à Itália, em agosto de 1942, era grande o comprometimento brasileiro com os Estados Unidos. Porém, a implantação efetiva dos acordos de reequipamento das Forças Armadas teria problemas que somente a criação da Força Expedicionária Brasileira iria resolver.
Finalmente, em agosto de 1942, iria começar a história do Brasil na guerra.
Video sobre a A Politica da Boa Vizinhança
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