O Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) foi criado em 1939, substituindo o “Departamento de Propaganda e Difusão Cultural” (DPDC)
Com a criação do DIP, o Estado passou a controlar todos os meios de comunicação social disponíveis. A justificativa para esse controle e para a maciça publicidade da ação do governo se apoiava no uso da propaganda como fator de segurança da nação e de defesa das instituições nacionais.
A Propaganda e a censura eram tidas como armas de que o Estado Novo possuía para contribuir na unidade ideológica da nação, esclarecer as propostas do governo e educar a opinião pública dentro dos princípios doutrinários do regime.
Sobre a Segunda Guerra, as ações da estatal se deram em dois momentos distintos:
- Antes da Reunião de Chanceleres do Rio de Janeiro em 1942 – O Brasil mantinha sua neutralidade diante do conflito europeu.
- Do rompimento de relações e da declaração de guerra com a Alemanha, Itália e Japão.
No primeiro momento, o governo determinava que a imprensa e o rádio se mantivessem neutros ao divulgar notícias sobre a guerra. A censura era empregada com rigor, proibindo a publicação de notícias, correspondências e artigos que desmontasse ou insinuasse a necessidade de uma tomada de posição do governo brasileiro frente ao conflito. Assim como era proibido publicar “telegramas, comunicados, fotografias ou gravuras” que atribuíssem a qualquer país envolvido nos conflitos atos passiveis de crítica. Matérias a favor ou contra qualquer dos lados envolvidos não seriam divulgadas, bem como caricaturas, anedotas e fotografias “ofensivas a qualquer homem público ou exército das nações em guerra” ou relativas à “vitória ou derrota nos campos de batalha”.
A partir do seu novo posicionamento no plano internacional, e em devido ao estreitamento das relações com os Estados Unidos, o Brasil deu permissão à influência estadunidense sobre todos os meios de comunicação, ao mesmo passo em que uma propaganda contraria as ideologias e os países do Eixo, era divulgada.
A imprensa, o cinema, o rádio e outros veículos de comunicação brasileiros eram infestados com a propaganda estadunidense, que abordavam diversos temas como o sacrifício dos soldados na guerra, o poderio militar dos Estados Unidos e até os hábitos e estilo de vida que constituíam o american way of life. (Estilo americano de vida) (Estilo estadunidense de vida)
A chegada do Tio Sam no Brasil teve o propósito de sufocar a influência alemã e italiana exercida pelas comunidades imigrantes ou por simpatizantes dos países do Eixo, suspeitos de formar uma quinta coluna no país.
O Brasil também tinha sua propaganda
O Brasil, não apenas absorveu a infestação estadunidense, mas produziu sua própria propaganda de guerra. O DIP organizava cerimônias e concentrações populares com o objetivo de mobilização moral e material para o esforço de guerra.
Toda a propaganda tinha propósito de engrandecer as Forças Armadas do país, mostrando-as aparelhadas e aptas a enfrentar o desafio, protegendo assim a ordem e integridade da nação.
Através dos cinejornais ou documentários de curta metragem – com exibições obrigatórias nos cinemas – mostravam o embarque dos pracinhas, sua atuação no front, as batalhas vencidas, o estado de espírito da população brasileira frente aos acontecimentos na Europa.
Cartazes sobre os mais variados temas também eram produzidos, como as Obrigações de Guerra, a convocação para o alistamento, a arrecadação de fundos etc.
O DIP editou também a coleção “O Brasil na Guerra”, reunindo dados sobre a participação brasileira no conflito, enquanto os grandes jornais constantemente eram abastecidos com matérias sobre as mais diversas questões relativas à Segunda Guerra Mundial.
Seria o mesmo DIP que Noticiaria o final da Guerra em 1945
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