Nasci às 04h45min horas, do dia primeiro de Setembro em 1939, na Polônia.
Viajei por diversas partes do mundo, incluindo a Europa, África, Ásia…
Trabalhei ativamente até 1945, quando me aposentei para viver na memória mundial.
Muitas filhas eu tive… Guerra da Coréia… Guerra do Vietnã… São apenas exemplos de filhas bem sucedidas.
Porém ainda me mantenho como a mais famosa e produtiva da minha espécie. Nenhuma outra ceifou tantas vidas como eu.
Muitos continuam amando a minha memória, talvez por que não tenham me conhecido pessoalmente. Pois quem provou de mim nunca esqueceu, nunca voltou a ser o que outrora foi…
Sei que há em mim histórias curiosas, batalhas ferozes, amores e tantos outros detalhes e segredos que jamais serão revelados, pois ficaram guardados com aqueles que eu levei…
Porém as coisas que ensinei, o mundo se esqueceu…
Ensinei que a loucura humana pode não ter limites…
Ensinei que não importa a gravidade do erro, oprimir o réu com furor só o fará renascer mais poderoso… (ou também se esqueceram de que o excesso de ira das nações triunfantes com minha mãe, a Primeira Guerra Mundial, encheu os alemães de revolta, fato que tornou possível a escalada insana de Adolf Hitler?)
Ensinei que um mal não pode ser pago com outro mal… Quem não julga justamente seus inimigos, se torna pior que eles.
Ninguém assimilou nenhum desses conceitos…
Continua o grito raivoso das bombas, o canto fervoroso das metralhadoras, a cadência surda dos canhões…
André Luiz de Almeida – Editor do Segunda Guerra.org