Na coberta do Missouri, o general MacArthur fez um discurso histórico:
“Estão aqui reunidos os representantes das maiores potências militares para concluir um acordo solene destinado a restaurar a paz. As divergências foram sanadas nos campos de batalha do mundo inteiro e, por isso, não merecem de momento qualquer tipo de discussão.
Não estamos aqui, em representação da maioria dos habitantes da Terra com espírito de destruir nem com intuitos obscuros. Para nós, vencedores e vencidos, é uma honra assumir perante os nossos povos a promessa de cumprir o que agora referendamos.
Espero que esta cerimônia resulte num mundo melhor, nascido de um universo de sangue e violência. Um mundo baseado no diálogo e na concórdia, um mundo baseado na dignidade do Homem e nos princípios fundamentais da liberdade, da tolerância e da justiça.
(…) oremos pela paz agora restaurada, pedindo a Deus que a preserve eternamente.”
“Hoje se calaram os canhões. Findou uma tragédia. Colhemos uma importante vitória. Os céus não levarão mais mortos, os mares apenas albergarão comerciantes, os homens caminharão, em qualquer parte, de cabeça erguida. O mundo inteiro vive em paz. A missão foi cumprida.
Falo hoje para milhares de lábios fechados, calados para sempre nas selvas, nas praias e nas profundezas do Pacífico. Falo para os milhões de valorosos homens anônimos que regressam aos seus lares para construir o futuro, um futuro que todos eles, em grande medida, ajudaram a salvar da catástrofe.
Quando olho para o longo caminho percorrido desde os terríveis dias de Bataan e Corregidor, numa altura em que o mundo inteiro vivia mergulhado no terror, em que a democracia cerrava fileiras, quando a civilização moderna estremecia, não posso deixar de dar graças a Deus por nos ter dado o heroísmo, a coragem e a força necessárias para alcançar a vitória.
Conhecemos o sabor amargo da derrota e a doçura da vitória e, com ambas as sensações, aprendemos que não podemos retroceder. Devemos avançar para preservar a paz que ganhamos com a guerra.
(…) Desde sempre que o Homem tenta com recurso aos métodos mais variados, alcançar a paz, desenvolvendo métodos de âmbito internacional que evitem situações de conflito entre as nações. As alianças militares, o equilíbrio de forças, as Ligas das Nações, todos os sistemas fracassaram as mãos da guerra.
A capacidade destrutiva da guerra faz com que hoje, mais do que nunca, se encontre uma solução definitiva e eficaz. Esta é a nossa última oportunidade. Se não encontrarmos um sistema mais eficaz não tardará que bata à nossa porta a batalha derradeira.
A solução tem raízes teológicas e passa pelo renascimento dos valores humanos conjugados com o processo tecnológico, artístico e o patrimônio cultural acumulado nestes dois mil anos de história. Este deve ser o nosso ideal se queremos continuar vivos.”