No dia 16 de outubro houve a visita do General Eurico Gaspar Dutra, que inspecionou a tropa formada na alameda de pinheiros, em frente ao acampamento.
O Ministro da Guerra passou quase toda a manhã na Área, assistindo ao almoço, em companhia dos Generais Mascarenhas de Moraes, Olímpio Falconière e Cordeiro de Faria.
Na semana seguinte houve a visita do General Mark Clark, que foi inspecionar a tropa recém-chegada do Brasil e que se incorporava ao 5º Exército, sob o seu comando.
Era outono, estação essencialmente chuvosa. Aguaceiros enormes tornavam desagradável a vida de acampamento. A impermeabilização da lona das barracas evitava que a água passasse de cima para baixo, mas não evitava que ela subisse do chão para cima, sob a forma de umidade, que tudo invadia. O QG da Divisão e várias unidades se localizaram em bosques de pinheiros, próximos à Área de estacionamento. Nesses bosques a umidade era permanente e, com o movimento das viaturas o lamaçal era cada vez maior, o que aumentava o mal estar. Foi duro esse período.
Neste ambiente hostil que a verdade do provérbio popular nos quartéis – “o soldado é superior ao tempo” se perpetuou. Tardes chuvosas, em que os soldados voltavam de marchas e exercícios, inteiramente encharcados e enlameados. E eles não voltavam para casa, onde pudessem tomar um bom banho e trocar uma roupa limpa e um calçado seco. Tinham de se recolher às suas pequenas barracas, onde mal se podiam mexer, deitados no chão úmido. E aquilo ainda não era nada. O pior estava para vir.
Durante o dia, com o movimento e as preocupações do serviço, ainda se tolerava o acampamento. À noite é que tudo piorava. A escuridão aumentava a sensação de umidade e frio. Mais o silêncio e o desconforto da cama-rolo, sobre a estreita cama de vento, na qual tínhamos de passar as longas noites de outono e inverno, tudo aquilo era penoso e acabrunhante.
Todos pagaram tributo à chuvarada, porém, os que mais sofreram foram os médicos, enfermeiras e doentes do Hospital de Evacuação de Pisa, o “38th. Evacuation Hospital”, que estava localizado nos arredores da célebre cidade da Torre Inclinada, às margens do Rio Arno. Na noite de 2 de novembro de 1944, as grandes chuvas nas cabeceiras do rio de Dante, trouxeram uma enchente brusca e inesperada, que em poucas horas inundou completamente o Hospital, onde se encontravam centenas de doentes e feridos.
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