Para executar a Operação Overlord foi preciso um minucioso e detalhado estudo de todas as suas possibilidades e riscos. Entre os riscos estava a possível reação alemã, que apesar da debilidade dos seus meios, ainda poderia ser capaz de oferecer forte resistência e, até, expulsar ao mar os invasores. Era, então, necessário, obrigar os alemães a manter suas forças espalhadas ao longo da extensa frente.
Os planejadores da Overlord estudaram, assim, os meios para despistar os serviços de inteligência alemães e, se possível, induzi-los ao erro. E assim seguiu. Diversos projetos “de despiste” foram planejados detalhadamente. Mencionavam as ameaças de invasão na Noruega, na Baía de Viscaya e no Passo de Calais. A intenção dessas ameaças era obrigar os alemães a manter sua tropa na Europa ocidental tal como estava.
O plano de despiste de Overlord foi denominado Fortitude e dividido em Fortitude Norte – invasão da Noruega – e Fortitude Sul – ataque pelo Passo de Calais.
Propositalmente, seriam oferecidas aos alemães evidências de que na Grã-Bretanha se armava uma força de umas 8 divisões aliadas, para uma invasão ao território norueguês, e uma força ainda maior, de umas 50 divisões, para ataque ao Passo de Calais.
Por isso concentraram-se grupos de planadores em aeroportos do norte da Inglaterra e de embarcações nos portos da Escócia. No Passo de Calais, simultaneamente, minaram as águas em ambos os lados do Canal e amarraram falsas embarcações de desembarque nos portos do oeste da Inglaterra, em Dover e no Tâmisa. Além disso, os bombardeiros intensificaram ataques aéreos contra a região do Passo, insinuando a futura invasão.
A mais importante das medidas de despiste foi feita através das transmissões de rádio. Com efeito, uma coordenada e bem preparada campanha fez os alemães a terem convicção da existência de unidades, divisões e até corpos de exército inexistentes. O Chamado Exército Fantasma.
As medidas aliadas tão positivas, a ponto de os alemães, mesmo após várias semanas de luta na Normandia, se recusar a mover suas forças da zona do Passo de Calais, e até reforçá-las com duas divisões vindas da frente russa.