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O Pacto de Munique – Anexação do Território dos Sudetas

O Pacto de Munique foi um firmado entre Alemanha, Itália, França e Reino Unido em Munique, na Alemanha, no dia 29 de Setembro de 1938. Este pacto formalizou aceitação do Reino Unido e França em relação à exigência de Adolf Hitler de que Território dos Sudetas, na Tchecoslováquia (habitado, maiormente, por alemães) seria anexado à Alemanha.

Os líderes alemães locais acusavam o governo checo de discriminação ao povo sudeta. As negociações iniciaram em Agosto de 1938, e o Reino Unido e a França, numa luta constante para evitar a guerra, concordaram com a exigência de Adolf Hitler desde que este não reivindicasse nenhum outro território europeu.

Chamberlain esperava estas concessões feitas à Alemanha a incentivassem tornar-se um país forte e pacífico na Europa. O pacto foi assinado pelo então primeiro ministro Neville Chamberlain pelo Reino Unido, primeiro-ministro Édouard Daladier pela França, Adolf Hitler pela Alemanha, e Benito Mussolini pela Itália.

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da esquerda para direita: Neville Chamberlain, Édouard Daladier, Adolf Hitler, Benito Mussolini e Galezzo Ciano, logo após a ssinatura do Pactod e Munique.

A data fixada no pacto para a evacuação do território tchecoslovaco foi o dia 1 de Outubro de 1938. A ocupação alemã dos quatro distritos especificados aconteceria em etapas sucessivas entre 1 e 7 de Outubro. Os demais territórios cuja população era majoritariamente de origem alemã deviam ser assistidos por uma comissão internacional composta por delegados da França, Alemanha, Reino Unido, Itália e da Checoslováquia. A comissão internacional conduziria as eleições noutros territórios em disputa. E caso as reivindicações das minorias húngaras e polacas na Tchecoslováquia não fossem estabelecidas em 3 meses, seria realizada uma nova conferência.

Em Março de 1939 os Alemães invadiram a Tchecoslováquia, tornando este um país protegido pela Alemanha, fato que anulou o Pacto de Munique. Em resposta, o Reino Unido anunciou a sua proteção à Polônia.

No dia 23 de Agosto a União Soviética assinou o Pacto de Não-Agressão com a Alemanha, numa tentativa de evitar a guerra.

No dia 1 Setembro, as tropas alemãs invadem a Polônia, acreditando que o Reino Unido e a França apenas assistiriam. Os dois países declararam guerra á Alemanha e desencadeando a Segunda Guerra.
A Política de Apaziguamento por parte do Reino Unido e da França, seguida das concessões feitas à Alemanha com objetivo de se evitar a guerra valeram apenas para Hitler ganhar tempo. O Pacto de Munique tornou-se o símbolo dos perigos associados às políticas de apaziguamento, assim como da humilhação do Reino Unido.

Documento do Pacto de Munique

A Alemanha, Reino Unido, França e Itália, chegando num acordo em relação ás exigências alemãs pelo território Sudeta alemão, firmaram os seguintes termos, e por tal acordo cada um deles é responsável pelas etapas necessárias para realizá-lo:

  1. A evacuação começará no dia 1 de Outubro.
  2. O Reino Unido, França e Itália concordam que a evacuação do território deverá terminar até 10 de Outubro, sem que as instalações existentes sejam destruídas, e que o governo da Checoslováquia seja responsável pela evacuação sem danos às ditas instalações.
  3. As condições que estabelecem a evacuação serão postas detalhadamente por uma comissão internacional composta por representantes da Alemanha, do Reino Unido, da França, da Itália e da Tchecoslováquia.
  4. A ocupação por etapas do território predominantemente alemão pelas tropas alemãs começará no dia 1 de Outubro.
    Os 4 territórios marcados no mapa anexado serão ocuppelo exército alemão na seguinte ordem:
    – O território nº I:  1 e 2 de Outubro,
    – O território nº II:  2 e 3 de Outubro,
    – O território nº III: 3, 4 e 5 de Outubro,
    – O território nº IV: 6 e 7 de Outubro.
    O restante território de predominância alemã será vigiado pela comissão internacional e ocupado por tropas alemãs somente a partir de 10 de Outubro.
  5. A comissão internacional citada no parágrafo 3 determinará os territórios que irão ser regidos pelo plebiscito. Estes territórios terão ocupação dos representantes internacionais até que o plebiscito termine. A mesma comissão definirá as condições em que o plebiscito deve ser exercido, tendo em conta a base das condições do plebiscito de Saar. A comissão também determinará a data, não extrapolando o fim de Novembro, na qual o plebiscito será exercido.
  6. A determinação das fronteiras será dada pela comissão internacional. A comissão responderá pela recomendação das quatro potências, Alemanha, Reino Unido, França e Itália; em determinados casos excepcionais, pequenas mudanças na determinação estritamente etnográfica das zonas que deverá ser transferidas sem o plebiscito.
  7. Existirá o direito de opção dentro e fora dos territórios transferidos, opção a ser exercida por 6 meses a contar da data deste acordo. A comissão germano-tchecoslovaca ditará os detalhes da opção, considerará formas para facilitar a transferência da população e estabelecerá as perguntas relativas à  transferência.
  8. O governo tchecoslovaco irá, num prazo de 1 mês, a partir da data deste acordo, retirar as forças militares e a polícia de qualquer território dos Sudetas alemães que deseje ser libertado, e o governo tchecoslovaco irá no mesmo período anistiar e libertar os prisioneiros dos Sudetas alemães que estejam presos por razões políticas.

Munique, 29 de Setembro de 1938
Adolf Hitler
Neville Chamberlain
Édouard Daladier
Benito Mussolini

Declarações de Chamberlain

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Chamberlain

Ao retornar para Londres, Chamberlain, ainda no aeroporto, declarou:

“Nós, o Führer e Chanceler alemão, e o primeiro-ministro britânico, fizemos uma reunião adicional hoje e acordamos e reconhecemos que a questão das relações anglo-germânicas é  fundamental  para os nossos países e para a Europa. Nós consideramos o acordo assinado ontem à noite e o Acordo Naval anglo-germânico, como símbolo do desejo de ambos os povos jamais irem novamente para guerra entre si.”

A versão inglesa destas declarações é a seguinte:

“We, the German Führer and Chancellor, and the British Prime Minister, have had a further meeting today and are agreed in recognizing that the question of Anglo-German relations is of the first importance for our two countries and for Europe. We regard the agreement signed last night and the Anglo-German Naval Agreement as symbolic of the desire of our two peoples never to go to war with one another again.”

Galeazzo

Sobre Andre Almeida

Ex-militar do exército, psicólogo e desenvolvedor na área de TI.Sou um entusiasta acerca da Segunda Guerra Mundial e criei o site em 2008, sob a expectativa de ilustrar que todo evento humano possui algo a ser refletido e aprendido.

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