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Pearl Harbor – Reação contra Vergonha

BombingOfHickamFieldEm 1941 o Japão usou a desculpa do petróleo e também o fator de disciplina, e de fraqueza. Com a ampliação do complexo industrial-militar construído durante os anos de 1931 e 1937 os japoneses dobraram o consumo de petróleo, do qual a grande maioria era vendida pelos Estados Unidos. Esse fornecimento com o tempo foi sofrendo várias restrições até que em julho de 1941 os estadunidenses embargaram por completo a venda.

Alguns pesquisadores japoneses dizem que o Japão na época pode ter sentido completa vergonha com o embargo. Alguns ainda sugerem que o ataque não foi apenas para destruir a frota estadunidense e impossibilitar de defenderem os aliados no pacifico, mas também pela humilhação sofrida com o embargo do petróleo.

A força tarefa com 31 navios de guerra navegava silenciosamente pelo pacifico em direção as ilhas havaianas. Lá no alto, em grande altitude, sem ninguém perceber um hidroavião fez um vôo de reconhecimento, e após voar toda a ilha noticiou pelo radio: “Pearl Harbor dorme”.

Na primeira leva de ataque o alvo foi os aviões do campo de aviação Waianae onde havia 140 aeronaves enfileiradas e desarmadas. Já os bombardeiros tinham com alvo principal a frota de encouraçados.JapaneseAttackOnPearlHarbor

Dos milhares de sobreviventes do ataque japonês, calcula-se que hoje tenha cerca de 7 a 8 mil militares vivos, entre esses militares esta Dick Fiske, um ex-corneteiro de 79 anos que também sobreviveu a batalha de Iwo Jima.

Fiske estava a 15 metros do Arizona, a bordo do USS West Virginia, fizera o turno das 4h00min às 8h00min.

“Subi, lavei o rosto e escovei os dentes. Toquei a alvorada às 5h30min. Era domingo então podíamos dormir meia hora a mais. Para o café toquei a chamada, 6h30min. Tinha acabado de receber permissão para dar o toque de içar bandeira, de repente vimos aqueles aviões com torpedos vindo para nosso lado. Mal reconhecemos a nacionalidade dos aviões, as bombas começaram a explodir, eu o Stanley Bokowski fomos jogados a 35 metros de distância atingindo o outro lado do navio e ainda ficamos cobertos de óleo.”

Dick-Fiske
Dick Fiske

Nove torpedos alvejaram o West Virginia matando 106 militares, inclusive o seu Capitão. O Arizona explodiu 450 toneladas de munição após ser alvejado por um torpedo em sua proa, a explosão vaporizou mais mil homens. Para Fiske “foi a mais infernal de todas as bolas de fogo”. Fiske se lembra de ter abandonado a navio e que chegou a praia, mas não se lembra como.

Após anos de ódio dos japoneses, em 1991, 50 anos do ataque, Fiske conheceu Zenji Abe um piloto de bombardeiro de mergulho que fez parte do ataque, os dois até então inimigos, mas depois de tantos anos não guardam mais mágoas. Desde então Abe manda duas rosas todos os meses para serem postas diante dos nomes dos estadunidenses mortos, e Fiske toca o toque de silêncio por eles.

abe
Zenji Abe

Hoje muitos japoneses visitam o memorial e monumento do Arizona, muitos nem imaginam o tamanho da dor sofrida ali pelos estadunidenses. Mas ali também alguns militares assinaram o livro de visita, certa vez em umas das assinaturas chocou alguns mais sentimentais, na assinatura dizia o seguinte: “Um choque atravessou meu coração. Viemos de Hiroshima…”

Hiroshima mais tarde no final guerra fora bombardeada pelos estadunidenses com a bomba atômica em represália a Pearl Harbor, e se transformou no maior massacre em massa na história da humanidade. Um massacre sem nenhuma punição.

  • Atualmente Zenji Abe e Dick Fiske já são falecidos –  a histórias dos dois amigos pode ser encontrada no livro “Pearl Harbor Warriors”

Mais Imagens do Ataque japonês em Pearl Harbor

Sobre Ricardo Lavecchia

Desenhista, Ilustrador e pesquisador sobre a Segunda Guerra Mundial

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