O Dia D – O Envolvimento Soviético

Foi na Conferência de Teerã que Stalin soube da Operação Overlord, o nome código do grande desembarque aliado nas costas da França atlântica, coordenado com a invasão do sul daquele mesmo país.

Stalin não havia aceitado o plano de Churchill de uma operação de vulto saindo dos Balcãs, para dali abrir uma brecha na defensiva alemã da Europa Central. Achou que aquilo era uma embromação feita à custa do Exército Vermelho que além do mais, tinha que lutar desesperadamente para empurrar os alemães para fora da Rússia. Para ele era óbvio que o caminho mais curto para finalizar a guerra era os aliados ocidentais cruzarem o Canal da Mancha, libertar a França, ocupar a região industrial do Ruhr, e, sintonizados com os soviéticos vindos do leste, derrotar os nazistas. Caminho que ganhou o apoio de Roosevelt. Em troca desse gesto, da folga que as tropas russas teriam, Stalin comprometeu-se, tão logo que a guerra contra Hitler terminasse, declarar guerra ao império do Japão para acelerar o fim do conflito na Ásia.

Os “Três Grandes”, também acertaram que as operações militares de maior vulto seriam sincronizadas, fazendo com que uma ofensiva na frente ocidental fosse de imediato seguido por um ataque na frente oriental.

Então, agindo como um torniquete, as forças armadas aliadas sufocariam o regime de Hitler.

O único momento emotivo do primeiro encontro dos “Três Grandes” aconteceu por ocasião da entrega solene de um presente a Stalin. O ditador, que parecia sempre ser uma esfinge aos seus parceiros da conferencia, frio, desconfiado e distante, derramou uma discreta lágrima quando Churchill presenteou-o, em nome de Sua Majestade britânica, com uma bela espada cravejada em honra à vitória militar soviética em Stalingrado.