A Batalha da França- O exército francês agonizava, após a ruptura da frente de Sedan, queda da Bélgica, fuga da força expedicionária britânica, restando apenas a Linha Maginot. Esta era o baluarte principal de defesa francês, porém foi ignorada pelos alemães e deixada para trás, passando pelas Ardenas.
No inicio da batalha, os Aliados eram superiores às forças alemãs, se considerarmos o peso e o volume dos equipamentos e o número de soldados, porem a falta de liderança arruinou essas forças.
Quando o General Weygand assumiu o comando, os soldados franceses se sentiam mais otimistas. As instruções dadas por Weygand eram inteligentes, firmes e claras: abandonar a defesa linear organizar-se em profundidade fechar-se nos pontos de apoio cercado, não temer deixar-se ultrapassar pelos tanques. Mas era apenas uma questão de tempo, o exército alemão atacaria com as Divisões Panzer e a Infantaria juntos, o que ainda não tinha ocorrido, pois os Panzers avançaram rapidamente, deixando a Infantaria para trás. A Wehrmacht possuía 45 divisões, do Reno ao Canal da Mancha; contra apenas 27 divisões francesas. A supremacia alemã nas tropas de reserva era ainda maior, possuindo o dobro do número dos franceses. Além de que as divisões francesas eram inferiores em número de soldados em relação ao princípio. A tática francesa era o entrincheiramento nas cidades, não importasse se os panzers passassem, esperariam a infantaria para então tentar destruí-la.
Na madrugada do dia 5 de junho de 1940, inicia a segunda fase da invasão alemã a França. O Marechal Rommel com a 7ª Divisão Panzer cruza o rio Soma; Hoth com seus blindados seguem pela costa do Canal da Mancha, mas o assalto principal foi feito por Kleist, com duas Divisões Panzers, (mais de 1200 tanques), partindo de Amiens e Peronne foram para o sul, para pressionar a Linha Weygand. Os tanques avançaram facilmente, porem a infantaria foi detida pela defesa francesa, no final do dia a linha ainda estava em pé, mas totalmente desconexa. No dia seguinte, as tropas alemãs seguiram com pesados ataques, e os tanques franceses que tentavam conter os avanços dos alemães, eram atacados pela força aérea. Debaixo de um ataque deste porte, as tropas francesas começaram a se retirar mais para o sul.
No dia 7, von Bock, penetrou em quase toda a Linha Weygand, a batalha do Soma estava praticamente vencida. Rommel dividiu o 10º Exército em dois, empurrando-os contra as costas do canal. Nesta mesma noite, os alemães distavam apenas 40 km de Ruão. Em 9 de junho, o Grupo de Exércitos de von Rundstedt, começou a cruzar o rio Aisne, e o General Weygand sabia que o fim era próximo.
De Gaulle, subsecretario da Defesa, foi a Londres pedir apoio maior dos ingleses, mas Churchill não quis arriscar o que restara da RAF, e manteve suas forças esperando pela Batalha da Inglaterra, que ele tinha certeza que viria. No dia 10, Rommel envolveu o 10º Exército francês, a vanguarda alemã chegou a Chateau Thierty as margens do rio Marne, isolando as tropas defendiam Paris das forças a leste que defendiam o Aisne. Guderian tendo o caminho livre após cruzar o Aisne, rumava a toda velocidade para o sul em direção a fronteira com a Suíça. Durante à tarde deste dia, a Itália declara guerra à França. Apesar das forças italianas não estarem aptas para a guerra, Mussolini quis se aproveitar do rápido avanço alemão e declarando guerra para pleitear maiores vantagens sobre a França quando esta fosse totalmente vencida. O governo francês decide abandonar Paris, e Reynaud, o Primeiro Ministro da França, junto com De Gaulle fugiram para Orleans.
A derrota já era um fato. No dia 11, Von Bock atravessou o Sena em vários pontos e com isso Paris estava cercada pelo oeste. As forças de Rundstedt, após cruzar o rio Aisne, ocuparam a cidade de Reims e seguiram em direção ao Marne. Guderian tinha ordens de cercar a Linha Maginot pela retaguarda, enquanto Kleist iria em direção ao Mediterrâneo. Alguns membros do governo e militares desejavam negociar com a Alemanha uma trégua. Reynaud, apoiado por De Gaulle, não aprovava a decisão. Weygand para evitar que Paris fosse palco de luta, ordenou a debanda de todas as tropas que ocupavam a cidade e declarou a cidade aberta. No dia 12, o General Hering abandonou a cidade em direção ao rio Loire, ficando apenas o General Dentz com a missão de render a cidade às forças alemãs.
No dia 14, unidades da vanguarda do 18º Exército de Von Kuchler entraram em Paris e ao meio dia, tropas do exército alemão desfilaram pela cidade. No Arco do Triunfo tremulava a bandeira nazista. Muitos civis fugiram da cidade, e os que ficaram presenciaram uma cena que marcaria a memória da França eternamente. A cidade estava sob domínio da Alemanha Nazista.
A ideia do armistício crescia, pois era nulo o efeito de sacrificar o exército francês. No mesmo dia, o General Alan Brooke, comunicou-se com Churchill, informando da derrota do exército francês e pediu a evacuação de todas as tropas inglesas, o que foi prontamente aceito. Logo depois, o governo francês saiu de Tours e se instalou em Bordéus. No dia seguinte De Gaulle foi a Londres pedir transporte do máximo das tropas francesas para a África do Norte. Tarefa impossível, pois no Exército francês já não havia organização alguma, sendo apenas unidades isoladas.
No dia 16, o conselho do governo francês deu início a uma histórica sessão. O Presidente da República Albert Lebrun comandou a reunião. O governo estadunidense, na pessoa de Roosevelt, já havia decidido não mandar tropas para a Europa. Reynaud ainda tentou persuadir seus colegas a não negociarem, porém sem respostas positivas, ele pediu demissão que foi aceita pelo presidente Lebrun. Este nomeou o Marechal Pétain como novo líder do governo. De Gaulle ao voltar da Inglaterra, se despediu ao saber da situação e retornou a Londres, onde iniciou uma luta para a libertação da França.
No dia 17, Pétain se dirigiu à nação pelo rádio anunciando que estavam em negociação os termos da rendição. Em 18 de Junho, Hitler comunica a Mussolini que aceitará a rendição francesa, permitindo que estes fiquem com sua Marinha, evitando que eles a entregassem aos ingleses e que apenas ocuparia os territórios do norte e da costa do Atlântico. Na tarde de 20 de junho, Huntziger, Leon Noel e mais três representantes das forças armadas se seguiram para Paris.
No dia seguinte, nos bosques de Compiègne, no vagão ferroviário – que Hitler ordenou ser retirado de um museu – onde os alemães assinaram a rendição ao fim da Primeira Guerra, Hitler os esperava; acompanhado de Goering, Hess, Raeder e Keitel. Os franceses ficaram boquiabertos ao verem o vagão. Assim Hitler aplicava a vingança da Alemanha contra os franceses e assim terminava a Batalha da França.
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BATALHA DA FRANÇA – FOTOS COLORIDAS DA OCUPAÇÃO
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Entrada das Tropas Alemãs em Paris
Assinatura da Rendição Francesa
Caro André Luiz:
Embora sejam enriquecedores seus comentários sobre a Batalha da França, sinto que falta neste episódio particularmente triste da história francesa, uma melhor avaliação da situação interna das forças francesas e de seus comandantes.
Para se ter uma ideia do que lhe falo, a Força Aérea Francesa vizualizou o avanço dos tanques alemaães pelas Ardenas em fila e o seu comandante não autorizou o ataque maciço por ser ele próprio um simpatizante do nazismo. Assim sendo, a Força Aérea Francesa quase não participou da guerra. Existiam comentários nos campos de batalha do tipo “onde está a força aérea francesa?”. Ao final da Batalha da França o país possuía mais caças do que no início. Isso mostra a capacidade da indústria francesa durante o conflito. Por outro lado, diversos tanques já prontos para a batalha não foram engajados. Eles eram, inclusive, superiores tecnológicamente, aos panzers alemães. O governo francês era fraco e dividido. Talvez isso tenha contato mais para a derrota do que a situação militar, que poderia ter sido revertida.
Abraço,
Rodolfo
Caro André Luiz:
Embora seja enriquecedor seus comentários sobre a Batalha da França, sinto que falta neste episódio particularmente triste da história francesa, uma melhor avaliação da situação interna das forças francesas e de seus comandantes.
Para se ter uma ideia do que lhe falo, a Força Aérea Francesa vizualizou o avanço dos tanques alemaães pelas Ardenas em fila e o seu comandante não autorizou o ataque maciço por ser ele próprio um simpatizante do nazismo. Assim sendo, a Força Aérea Francesa quase não participou da guerra. Existiam comentários nos campos de batalha do tipo “onde está a força aérea francesa?”. Ao final da Batalha da França o país possuía mais caças do que no início. Isso mostra a capacidade da indústria francesa durante o conflito. Por outro lado, diversos tanques já prontos para a batalha não foram engajados. Eles eram, inclusive, superiores tecnológicamente, aos panzers alemães. O governo francês era fraco e dividido. Talvez isso tenha contato mais para a derrota do que a situação militar, que poderia ter sido revertida.
Abraço,
Rodolfo