A Queda de Berlim: O Inferno nas Ruas

O Cerco Final

Na madrugada de 16 de abril de 1945, o Exército Vermelho iniciou o assalto final a Berlim. Mais de 2,5 milhões de soldados soviéticos, apoiados por milhares de tanques e peças de artilharia, avançavam implacáveis sobre a capital do Reich. A cidade, já devastada por bombardeios incessantes, tornou-se um campo de batalha caótico, onde civis e soldados lutavam desesperadamente pela sobrevivência.

As ruas foram transformadas em trincheiras improvisadas, barricadas surgiam a cada esquina e os poucos soldados da Wehrmacht que restavam resistiam com armamentos obsoletos. Entre eles, adolescentes da Juventude Hitlerista e idosos do Volkssturm, que mal sabiam manejar suas armas. Para os berlinenses, a cidade já não oferecia refúgio. A fome, o medo e o desespero tomavam conta de todos.

O Horror do Combate Urbano

O avanço soviético não encontrou uma resistência organizada. Em meio aos destroços, o Exército Vermelho avançava brutalmente, casa por casa, rua por rua. Explosões derrubavam edifícios inteiros e rajadas de metralhadora cortavam o ar. O centro de Berlim tornava-se um inferno de fogo e sangue.

Civis eram pegos no fogo cruzado ou executados sumariamente por soldados soviéticos e unidades da SS, que caçavam desertores. O medo de represálias aumentava a cada dia, especialmente entre as mulheres, que enfrentavam uma onda de violência inimaginável. Relatos descrevem o clima de terror absoluto, onde a única certeza era a morte ou o sofrimento.

Os Últimos Redutos de Resistência

À medida que o Exército Vermelho avançava, os últimos focos de resistência se concentravam ao redor do Reichstag, da Chancelaria do Reich e de alguns pontos estratégicos. Grupos da SS lutavam até o fim, incentivados pela propaganda nazista que pregava a morte gloriosa em defesa do Führer. Mas era uma batalha perdida.

Enquanto Berlim ardia em chamas, o alto comando nazista se fragmentava. Generais tentavam fugir ou negociar rendições locais, mas Hitler, isolado no bunker, recusava-se a aceitar a realidade. Ele ordenava movimentações de tropas que já não existiam e exigia contra-ataques impossíveis.

A Bandeira Soviética no Reichstag

Em 30 de abril, enquanto Hitler encerrava sua vida no bunker, tropas soviéticas finalmente chegaram ao Reichstag. Após um feroz combate dentro do edifício, a bandeira vermelha foi hasteada no topo da construção, marcando simbolicamente o fim do Terceiro Reich.

No dia 2 de maio, a guarnição de Berlim se rendeu oficialmente. O que restou da cidade era um mar de ruínas e cadáveres. O Reich, que deveria durar mil anos, encontrou seu fim em meio ao fogo e à destruição total.

A queda de Berlim não foi apenas uma vitória militar, mas um marco definitivo no encerramento do mais sombrio capítulo da história moderna.

Sobre Ricardo Lavecchia

Trabalho como vendedor, mas tenho como hobby desenhar e pesquisar sobre a Segunda Guerra Mundial.

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