Dwight Eisenhower, comandante-supremo das forças aliadas que invadiram a “fortaleza europeia”, julgou assim alguns aspectos da operação:
“Em junho de 1944 ocorreram os mais fortes ventos e as ressacas mais bravias, experimentadas nos meses de junho dos últimos vinte anos, no Canal da Mancha.
“A partir de 1o de junho me reunia diariamente com meus comandantes para coordenar os nossos preparativos de última hora e receber os prognósticos meteorológicos sobre os quais teríamos que basear a decisão final acerca da data para lançar o assalto. O Dia D provisório era 5 de junho, porém os boletins meteorológicos que chegaram no dia 3 eram tão desfavoráveis que, na reunião efetuada na manhã do dia 4, decidi que seria necessário um adiamento de pelo menos 24 horas. Naquele momento parte da força americana de assalto já havia zarpado rumo ao Canal, porém o mar estava tão violento que as embarcações se viram obrigadas a voltar e buscar refúgio.
“No dia 5 de junho, pela manhã, as condições no Canal. demonstravam pouca melhora, porém o prognóstico para o dia seguinte continha um raio de esperança. Previa-se um intervalo de boas condições, a começar das últimas horas do dia 5 e assim se mantendo até a manhã seguinte, com o vento amainado e nuvens fragmentárias não inferiores a 1.000 metros de altura.
“Contudo, até o anoitecer do dia 6, previa-se o retorno dos ventos fortes e do mar agitado e essas condições, provavelmente, prevaleceriam durante período indefinido.
“A última data possível para a invasão com as marés então existentes era 7 de junho, e um adiamento adicional de 24 horas já não seria mais possível, posto que as forças navais de bombardeio, que já haviam zarpado de suas bases no norte, no dia 3, teriam que retornar ao porto para abastecer-se novamente de combustível e todo o horário da operação estaria então desorganizado. Portanto, me encontrei diante da alternativa de correr os riscos que significava um assalto durante o que, provavelmente, seria apenas uma interrupção parcial ou temporária do mau tempo, ou bem, adiar a operação por várias semanas, até que a Lua e as marés fossem novamente favoráveis. O adiamento, contudo, havia sido altamente prejudicial para o espírito de nossas tropas, além da possibilidade de perdermos os benefícios de uma surpresa tática. A 5 de junho, às 0h 40m, tomei a decisão final e irrevogável: a invasão da França teria lugar no dia seguinte”.