O número de forças militares à disposição da Alemanha nazista alcançou seu ápice durante 1944. Tanques na frente oriental chegaram a 5.202 em novembro de 1944, enquanto o total de aeronaves no inventário da Luftwaffe chegou a 5.041 em dezembro de 1944. Antes do Dia-D foram estacionadas 157 divisões alemãs na União Soviética, 6 na Finlândia, 12 na Noruega, 6 na Dinamarca, 9 na Alemanha, 21 nos Bálcãs, 26 na Itália e 59 na França, Bélgica e os Países Baixos. Porém, estes números não representam a total realidade, pois nem todas as divisões estavam completas. Registros alemães indicam que o complemento de pessoal estava na faixa de 50% na primavera de 1944.
Na véspera do DIA “D”, o Feldmarechal von Rundstedt era o Comandante-Chefe do Oeste, com dois Grupo de Exército o “B” e o “G”, que totalizavam 60 divisões, uma delas, a 19ª Divisão Panzer (Blindada), reequipando-se depois do sério castigo sofrido na Frente Oriental, e outra nas ilhas do Canal, reduziam o efetivo total a 58 divisões.
O Feldmarechal Rommel que depois do colapso de Afrika Korps foi encarregado em 1943 de fortalecer a “Muralha do Atlântico” que ia da Dinamarca até a fronteira da Espanha; assumiu o comando do Grupo de Exército “B”.
De todas as divisões de Rundstedt, 31 estavam presas a “papéis estáticos” e 27, incluindo 10 divisões blindadas, eram tão móveis quanto o permitiam as suspeitas de Führer e os recursos disponíveis. Elas estavam situadas desde a Holanda até as costas do Atlântico e do Mediterrâneo:
- 5 divisões na Holanda, no 88.° Corpo, incluindo a 19ª Panzer, que estava incapacitada;
- 19 no Passo de Calais, entre o Escalda e o Sena;
- 18 entre o Sena e o Loire.
- O restante estava ao sul do Loire.
No seu Grupo de Exércitos “B”, Rommel tinha 43 Divisões, do total geral das 60; o 88.° Corpo estava na Holanda, o poderoso 15.° Exército estava no Passo de Calais e o 7.° Exército estava na Normandia. O 15° Exército, comandado por Von Saimuth, estava virtualmente retido nas suas posições, sobretudo pela incapacidade do espírito militar alemão de se livrar de uma idéia preconcebida. Os aliados fizeram o máximo para alimentar a ilusão.
Na véspera do DIA “D”, Rommel conseguira melhorar e fortalecer as disposições do 7° Exército, comandado por Dollman e que, segundo acreditava, teria de travar a batalha decisiva nas praias e que englobava o LXXXIV Corpo.
O QG do LXXXIV Corpo alemão estava sediado próximo de Saint Lô. Era comandado pelo General Erich Marcks, um homem alto e de aparência sábia que perdera uma perna na Rússia.
Pode-se levantar a dúvida se as forças alemãs na área escolhida para o desembarque aliado eram suficientes para repelir os invasores para o mar. As 352ª e 716ª Divisões de Infantaria estavam nas suas trincheiras e “ninhos” de resistência ao longo da costa de Calvados, desde o rio Vire até o Orne.
No flanco alemão esquerdo, a 91ª Divisão, com o 6° Regimento de pára-quedistas sob seu comando, protegia o flanco esquerdo da 352ª Divisão na área do Carentan. A 709ª Divisão protegia a linha costeira oriental da Península de Cherburgo. Atrás das suas posições do flanco direito, que os aliados conheciam pelo codinome de praia “Utah”.
Os extensos pântanos e áreas alagadiças que acompanhavam os cursos dos rios Dives e Merderet desde Carentan até lê Port-Brehay, eram considerados como protetores da retaguarda e obstáculos às saídas da praia. A 243ª Divisão, na península, estava de frente para oeste. Do flanco direito alemão, a 711ª Divisão, comandando um regimento da 346ª Divisão, protegia a costa desde o rio Orne até o Estuário do Sena, do lado oposto a Lê Havre.
A reserva do Grupo de Exército B
A reserva do Grupo de Exército B era a 21ª Divisão Panzer (Major General Edgar Feuchtinger) foi desdobrada perto de Caen como uma notável força móvel. Porém, Rommel a colocou perto das defesas do litoral que, debaixo das ordens pré-estabelecidas, em caso de invasão, vários de suas unidades de infantaria e defesa aérea ficariam debaixo das ordens das divisões da fortaleza costeira, reduzindo assim a força efetiva da 21ª Divisão. As outras duas divisões blindadas que Rommel tinha controle operacional, a 2ª Divisão Panzer e a 116ª Divisão Panzer, foram desdobradas para perto do Passo de Calais conforme a visão alemã de o local de desembarque seria ali. Nenhuma foi movida de suas posições pelo menos 14 dias depois da invasão.
Áreas Divisionais
- 716ª Divisão de Infantaria (Estática): Defendeu a extremidade oriental das zonas de aterrissagem, incluindo a maioria das praias britânicas e canadenses. Esta divisão, como também a 709º Divisão de Infantaria (Estática), incluindo alemães que não eram considerados aptos para frente oriental, normalmente por razões médicas; e várias outras nacionalidades como poloneses alistados e antigos prisioneiros de guerra soviéticos que tinham concordado em lutar ao lado dos alemães em lugar de suportar as condições severas de um campo nazista de prisioneiros de guerra.
- 352ª Divisão de Infantaria: Defendeu a área aproximadamente entre Bayeux e Carentan, inclusive a praia de Omaha. Ao contrário das outras divisões, suas tropas eram bem treinadas e contiveram muitos veteranos de combate. A divisão tinha sido formada em novembro de 1943 com componentes da 321ª Divisão que tinha sido destruída na União Soviética no mesmo ano. A 352º tinha muitas tropas que tinham visto ação na frente oriental e tinha levado a cabo várias exercícios anti-invasão.
- 91ª Divisão Aerotransportada (Luftlande. aerotransportada) (Major General Wilhelm Falley): Incluía o 1057º Regimento de Infantaria e o 1058º Regimento de Infantaria. Esta era uma divisão de infantaria regular, treinada e equipada para ser transportada via aérea (i.e. artilharia transportável, poucas armas de apoio pesadas) situada no interior da Península de Cotentin, inclusive as zonas de salto dos pára-quedas americanas. A ela foi anexado o 6º Regimento de pára-quedistas (Oberstleutnant Friedrich August Freiherr von der Heydte) que tinha sido reconstruído como uma parte da 2ª Divisão de pára-quedas estacionada na Bretanha. A 91ª tinham treinamento especial para agir como força anti-assalto-aeroterrestre.
- 709ª Divisão de Infantaria (Estática) (Generalleutnant Karl-Wilhelm von Schlieben): Incluía o 729º Regimento de Infantaria, 739º Regimento de Infantaria (ambos com quatro batalhões, mas os 729º 4º e o 739º 1º e 4º Ost (unidade formada por estrangeiros do leste – Ost em alemão significa Leste), estes dois regimentos não tinham nenhuma companhia de apoio regimental) e o 919º Regimento de Infantaria. Esta divisão de defesa do litoral protegia a costa oriental e norte (incluindo Cherbourg) da Península de Cotentin, inclusive a prais de Utah. Como a 716º, esta divisão incluía várias unidades “Ost”.
Portanto, as 709ª, 352ª e 716ª Divisões (estáticas) de Infantaria enfrentariam os assaltos aliados nas praias de nome-código “Utah”, “Omaha”, “Gold”, “Juno” e “Sword”. Contra a vontade de Von Rundstedt, Rommel conseguira trazer a 21ª Divisão Panzer para a área de Caen, pronta para atacar o flanco esquerdo aliado.
Áreas divisionais adjacentes
Outras divisões ocuparam as áreas ao redor das zonas de aterrissagem, incluindo:
- 243ª Divisão de Infantaria (Estática) (Generalleutnant Heinz Hellmich): Incluía o 920º Regimento de Infantaria (dois batalhões), 921º Regimento de Infantaria e 922º Regimento de Infantaria. Esta divisão de defesa do litoral protegeu a costa ocidental da Península de Cotentin.
- 711ª Divisão de Infantaria (Estática): Incluía o 731º Regimento de Infantaria, e o 744º Regimento de Infantaria. Esta divisão defendeu a parte ocidental dos Pays de Caux.
- 30ª Brigada Móvel (Oberstleutnant Freiherr von und zu Aufsess): Incluindo três batalhões de bicicleta.
Reserva Blindada
As medidas defensivas de Rommel também foram frustradas por uma disputa em cima da doutrina do uso dos blindados. Além dos dois grupos de exército, von Rundstedt também comandava o QG do Panzer Grupo Oeste sob o comando do General Leo Geyr von Schweppenburg (normalmente chamado von Geyr). Esta formação era nominalmente um QG administrativo para as formações móveis e blindadas de von Rundstedt, mas foi renomeado para Quinto Exército Panzer. Von Geyr e Rommel discordaram sobre o desenvolvimento e uso das divisões de Panzer em caso de invasão.
Rommel defendia a idéia de que os Aliados possuíam superioridade aérea e poderiam impedir as manobras alemãs. Ele propôs então que as formações blindadas fossem desdobradas perto das praias de invasão. Nas palavras dele, era melhor ter uma divisão Panzer que perto da praia no primeiro dia, do que três divisões Panzer três dias depois quando os Aliados já teriam estabelecido uma cabeça de praia firme. Von Geyr defendia a doutrina padrão das formações Panzer, que dizia que as formações blindadas deveriam ser concentradas em uma posição central ao redor de Paris e Rouen e desdobradas massivamente em um contra-ataque à principal cabeça de praia Aliada quando este tivesse sido identificada.
O argumento foi levado eventualmente depois para Hitler decidir. Ele impôs uma solução de acordo caracteristicamente inexecutável. Foram dadas só três divisões Panzer a Rommel, muito pouco para cobrir todos os setores ameaçados. O resto, nominalmente debaixo do controle de Von Geyr, foi designado de fato como estando na “Reserva do OKW.” Foram desdobradas só três destas divisões o próximo o bastante para intervir imediatamente contra qualquer invasão no norte da França, outras quatro estavam espalhadas no sul da França e nos Países Baixos. Hitler reservou a ele a autoridade de mover as divisões da Reserva da OKW e as lançar em combate. No dia 6 de junho, muitos comandantes de unidades Panzer ficaram incapazes de movimento porque Hitler não tinha dado a autorização necessária, ele estava dormindo e o seu pessoal se recusou a despertá-lo com as notícias da invasão.
Reserva do OKW (Oberkommando der Wehrmacht – Alto Comando da Wehrmacht ou Alto comando das Forças Armadas)
As outras divisões blindadas e mecanizadas capazes de intervir na Normandia estavam sob o controle direto do OKW e foram negadas inicialmente a Rommel. Foram desdobradas quatro divisões para Normandia dentro de sete dias da invasão:
- 12º SS Panzer Divisão Hitlerjugend (Brigadeführer Fritz Witt): Estacionada ao sudeste da área de invasão. Seus oficiais e suboficiais (esta divisão tinha um núcleo muito fraco de suboficiais na Normandia com ligeiramente mais que 50% de sua força autorizada) eram veteranos de muitos combates, mas todos os soldados eram extremamente jovens sido recrutados diretamente do movimento da juventude hitlerista e tinham a idade média de 17 anos em 1943. Ela adquirir uma reputação de ferocidade e crimes de guerra nas batalhas que se envolveu.
- Panzerlehrdivision (Major General Fritz Bayerlein): Mais adiante para o sudoeste estava esta divisão, que era uma unidade de elite originalmente formada pelo junção de pessoal altamente qualificado das unidades de treinamento panzer. Não só seu pessoal era de excelente qualidade, mas a divisão também tinha um número acima da média de bons veículos blindados.
- 1º SS Panzer Divisão Leibstandarte SS Adolf Hitler-1LSSAH: Estava posicionada na Bélgica na fronteira com os Países Baixos depois que foi dizimada na Frente Oriental.
- 17º SS Panzergrenadier Divisão Götz von Berlichingen (Major General Werner Ostendorff): Estava baseada em Thouars, sul do Rio Loire, e embora equipada com armas de assalto em vez de tanques e necessitada de transporte (um batalhão dos regimentos 37º e 38º Regimentos Panzergrenadier usavam bicicletas para se locomoverem), proveu o primeiro grande contra-ataque contra o avanço americano em Carentan no dia 13 de junho.
- Três outras divisões (a 2ª Divisão SS Das Reich que estava se restabelecendo em Montauban, no sul da França; a 9º divisão SS Panzer Hohenstaufen e 10º Divisão SS Panzer Frundsberg que estavam em trânsito vindas da Frente Oriental no dia 6 de junho), foram enviadas para lutar ao redor da Normandia vinte e um dias depois dos primeiros desembarques. Mais uma divisão blindada (a 9ª Divisão Panzer) só viu ação depois da saída americana da cabeça-de-praia. Duas outras divisões blindadas que tinham estado no oeste no dia 6 de junho (a 11ª Divisão Panzer e a 19ª Divisão Panzer) não viram ação na Normandia.
As três divisões blindadas, 12ª, 116ª e Panzer Lehr, a reserva do Grupo de Exércitos “C”, capaz de desfechar pesado golpe, estava no retângulo Mantes-Gassi Court, Chartres, Bernay, Gacé, com a 116ª avançada. Mas os temores de von Rundstedt, Guderian e von Geyr haviam colocado a força sob o comando do OKW, sujeito à vontade de Hitler. Assim, o resultado do dia da decisão estava nas mãos das baterias costeiras e das três divisões entrincheiradas ao longo da costa normanda, com a 91ª Divisão e seu regimento de pára-quedistas à esquerda e a 21ª Panzer à direita.
Enquanto Rommel, no desejo natural de controlar inteiramente a batalha que seus exércitos deviam travar, estava numa posição comparável à de Montgomery, a posição de von Rundstedt não era, de modo algum, comparável à de Eisenhower. Von Rundstedt não só estava privado do controle total das suas forças de terra, como também era obrigado a “solicitar” apoio aéreo e naval quando viesse a precisar dele. Não existia dispositivo para o planejamento vasos em condições de operar. Quanto ao resto, ele pôde reunir 2 torpedeiros, 31 vedetas-torpedeiras e um punhado de barcos de patrulha e caça-minas. Além disso, 15 dos menores submarinos em portos atlânticos seriam postos à sua disposição, mas não estavam sob seu comando. Em conclusão, mesmo essa pequena “frota” era virtualmente incapaz de fazer-se ao mar.
A 3ª Força Aérea alemã, comandada pelo General Hugo Sperrie, estava igualmente destroçada. Obrigado a usar pilotos pouco treinados, sua eficiência, mesmo considerando seus pequenos efetivos, era medíocre e ela estava constantemente assediada em terra e no ar. No começo de junho de 1944, a 3ª Força Aérea reunia cerca de 400 aviões “teoricamente” em condições de operar. Também teoricamente, esses aviões foram divididos entre as 4ª e 5.ª Divisões de Caça, sob o comando do 2.° Corpo de Caça. Os que estavam sob o comando da 4ª Divisão tinham a tarefa prioritária de interceptar os bombardeiros aliados que rumavam para o Reich, mas poderiam ser desviados em caso de desembarques de tropa de assalto aliados.
Concluindo, nem o 2.° Corpo Aéreo nem suas Divisões dispunham de aviões para se fazerem presentes no DIA “D”. A maior parte das prometidas “Brigadas Aéreas” de Caças que viriam da Alemanha não foi recebida. Poucos pilotos conheciam a França e poucos sabiam ler mapas. O Chefe do Estado-Maior do 2.° Corpo calculou que não tinha mais de 50 aviões sob seu comando. Na verdade a Luftwaffe dispunham de um total de 172 caças, 88 bombardeiros, 159 caça-bombardeiros e aparelhos de reconhecimento. Eram, ao todo, 419 aviões.
Além das unidades Fallschirmjäger, a Luftwaffe também possuía na Normandia tropas de infantaria formadas por pessoal de campo e ex-tripulações sem aeronaves. Sua qualidade era questionável e elas não estavam posicionadas diretamente na frente dos desembarques, mas seriam engajadas em combates posteriores na Normandia.
As forças navais alemães na zona da invasão estavam integradas pelas seguintes unidades: 3 destróieres, 4 torpedeiros, 36 lanchas rápidas, 37 submarinos e perto de 50 embarcações auxiliares.
Em junho de 1944 esta divisão foi enviada para Normandia como parte do Grupo de Exército B e foi enviada para a linha de frente no dia 2 de julho. Lutou contra os britânicos e foi destruída em Caen. Estas divisões eram muito mais fracas que as suas irmãs do Exército, pois tinham apenas 4 batalhões de “caçadores” (“jäger”), 1 batalhão anti-tanque e 1 batalhão de artilharia. Contudo, essas “divisões” eram formadas por pessoal excedente das tripulações de terra da Luftwaffe e não tinham qualquer treinamento de campanha. Seu armamento era de todas as procedências possíveis (inclusive francês, tcheco e russo) e seu comando era totalmente inexperiente. Ao todo, foram formadas 21 dessas unidades, que tinham por missão manter linhas defensivas em frentes calmas. Mas acabaram sendo enviadas para frente russas onde foram aniquiladas. Por fim, em novembro de 1943, elas foram oficialmente transferidas para o Exército e totalmente reorganizadas. Passaram a ser chamadas “Divisões de Campanha da Luftwaffe”, tinham 3 regimentos a 2 batalhões, 1 regimento de artilharia a 3 batalhões, 1 batalhão anti-tanque, 1 batalhão de canhões de assalto, 1 batalhão de reconhecimento (“fusilier”) e 1 batalhão de pioneiros. Ao todo, 18 divisões foram assim reorganizadas, melhorando seu desempenho em combate. Contudo, a maré da guerra virara contra os alemães e, uma a uma, foram todas dizimadas (exceto a 14ª, que ficou na Noruega). A maioria foi aniquilada ou dissolvida, com seu pessoal transferido para outras unidades.
Assim, os aliados ocidentais não podiam ser desafiados no mar ou no ar, e Rommel tinha poucas ilusões quanto à sua tarefa. Num sentido, ela era simples: os exércitos alemães no Oeste, incessantemente atacados pelo ar, carecendo de treinamento e transportes essenciais, sendo de má qualidade e privados dos seus “olhos” e “ouvidos” pela destruição das suas instalações de radar, estavam sozinhos, à espera.
Durante quase dois meses, o Feldmarechal Rommel dedicou suas enormes energias à tarefa de reforçar as defesas costeiras desde Cherburgo até o Somme, dando tanta atenção quanto possível aos problemas da Normandia.
Influenciado por um profundo pessimismo, livre das limitações do pensamento militar ortodoxo que moldara a mente de von Rundstedt e da escola mais antiga, talvez mesmo sabendo subconscientemente que não poderia haver nenhuma transigência para com a Alemanha enquanto esta fosse de Hitler, ele sabia que o inimigo devia ser derrotado nas praias.
Talvez Rommel tivesse preferido uma batalha de manobra. Mas sabia que era tarde demais e que tudo estava perdido. Portanto, não havia lugar para a crença de von Rundstedt de que os aliados pretendiam primeiro fortalecer sua posição depois é que a batalha da Normandia seria travada.
Em maio, o reconhecimento aéreo alemão atingiu diversas vezes a costa sul da Inglaterra. Não obstante, a 4 de junho o Almirante Krancke duvidava “que o inimigo já tivesse reunido a frota necessária para a invasão”.
No dia seguinte, o Grupo B do Exército, sem nenhuma informação nova, mas notando a concentração de bombardeiros aliados entre Dieppe e Dunquerque, considerava que tudo apontava para “o ponto focal previamente presumido do desembarque principal” (Passo de Calais). “Por hora”, escreveu von Rundstedt no mesmo dia, “não existe perspectiva imediata de invasão”. Rommel deixou seu quartel-general para passar uma noite com a família, a caminho de uma visita a Hitler. Assim, na véspera do Dia D, os alemães tinham a guarda abaixada, o tempo sobre o Canal da Mancha era péssimo e as oito divisões aliadas ansiavam por entrar em ação.
Se as unidades alemãs destacadas para guardar a Normandia não conseguissem deter e destruir os aliados nos baixios e nas praias, o destino da Alemanha nazista estaria selado e os dias subseqüentes moldariam o futuro da Europa.