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O Massacre de Oradour-sur-Glane – A Cidade Fantasma da Segunda Guerra

Alguns dias após o desembarque das tropas aliadas na Normandia em 6 de junho de 1944 – o Dia D -, tropas da Alemanha nazista estacionadas na França marcharam ao encontro . Entre elas, a 2ª Divisão Panzer SS Das Reich, da Waffen-SS. Durante a marcha em direção à costa, sofreram diversas sabotagens e ações da resistência francesa, os maquis.

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A Cidade nos tempos em que a vida corria normalmente

No dia 10 de junho de 1944, próximo a vila de Oradour-sur-Glane, o comandante de um dos batalhões da divisão, Sturmbannführer Adolf Diekmann, comunicou a seus oficiais subordinados que recebera o aviso de dois civis franceses da região que um oficial SS fora preso pelos guerrilheiros na cidade e seria executado e queimado publicamente nos próximos dias.

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Adolf Diekmann

No inicio da tarde, os pelotões da SS cercaram e fecharam Oradour e o comando convocou toda a população à praça principal a fim de verificar documentos. Homens e mulheres foram separados; os homens conduzidos a celeiros e garagens das redondezas e as mulheres e crianças fechadas na igreja do vilarejo.

Nos celeiros, os homens eram aguardados por metralhadoras montadas em tripés, e logo que entraram foram fuzilados e os celeiros queimados com seus corpos dentro. Dos 195 homens de Oradour presos, apenas 5 conseguiram escapar.

Na igreja, mulheres e crianças aguardaram sob triste expectativa até que soldados SS arremessaram tochas incendiárias dentro do templo. Coube ao incêndio por fim a vida de 452 mulheres e crianças. Aqueles que tentaram escapar pelas janelas foram metralhados por soldados que guardavam o local.

Somente uma mulher, Marguerite Rouffanche, conseguiu fugir, pulando por um pedaço de janela quebrada pelo fogo sem ser percebida.

Ao terminar com a seção macabra, a tropa queimou a cidade por completo. No total, 642 habitantes de Oradour foram mortos pelas Waffen-SS em poucas horas, de um total de pouco mais de mil habitantes.

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Mulheres de luto transitam pela cidade fantasma pouco tempo depois do massacre

O massacre gerou uma onda de protestos dentro das próprias forças alemãs, incluindo o Marechal Erwin Rommel e o governo francês aliado dos nazistas em Vichy, na França não-ocupada. O comando da divisão considerou que o comandante Dieckman extrapolou suas ordens – fazer 30 franceses de reféns e usá-los como moeda de troca pelo suposto oficial nazista prisioneiro – e abriu uma investigação judicial militar. Diekman não foi julgado, morreu em combate poucos dias após o massacre, junto com a maior parte dos soldados que destruíram Oradour-sur-Glane.

Quando terminou a Segunda Guerra, o Presidente Charles De Gaulle decidiu que a cidade não seria reconstruída, mantendo suas ruínas como um memorial à crueldade da ocupação nazista na França. Em 1999, Jacques Chirac ergueu um centro da memória em Oradour, e nomeou oficialmente a vila como ‘cidade-mártir’.

A nova Oradour-sur-Glane é uma pequena cidade de pouco mais de 2000 habitantes, construída próxima das ruínas silenciosas da cidade-mártir francesa da Segunda Guerra Mundial.

Detalhes da Cidade

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Os limites territoriais do vilarejo e sua rua principal
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Vista aerea da cidade, destacando a Igreja
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Destacando os locais dos massacres: Celeiros e a Igreja

ORADOUR-SUR-GLANE ANTES DO MASSACRE

As fotos de Oradour antes de sua destruição são raras. As fotos e documentos desapareceram no incêndio. Somente os postais enviados, mantiveram vivos os pontos de Oradour entre os anos 1910 e 1940.

ORADOUR-SUR-GLANE – IMAGENS APÓS O MASSACRE

As ruínas de Oradour foram alteradas. Os vestígios de fogo, não são mais como na época. As imagens seguintes foram tiradas entre 1944 e 1960, aproximadamente. Nessas fotografias as ruínas parecem mais impressionantes; as paredes carbonizadas, o entulho nas calçadas, a ausência de barreiras.

ORADOUR-SUR-GLANE, IMAGENS FEITA PELA IMPRENSA DA ÉPOCA

As seguintes fotos são tiradas pela imprensa na época.

ORADOUR-SUR-GLANE EM FOTOS ATUAIS

As fotos acima foram tiradas em Fevereiro / Maio de 2003 e Maio de 2004. As ruínas sofreram mudanças ao longo do tempo. Algumas fotos foram tiradas em locais onde há acesso público.

 

As ruínas de Oradour foram alteradas. Os vestígios de fogo, não são mais como na época. As imagens seguintes foram tiradas entre 1944 e 1960, aproximadamente. Nessas fotografias as ruínas parecem mais impressionantes; as paredes carbonizadas, o entulho nas calçadas, a ausência de barreiras.

Sobre Andre Almeida

Ex-militar do exército, psicólogo e desenvolvedor na área de TI.Sou um entusiasta acerca da Segunda Guerra Mundial e criei o site em 2008, sob a expectativa de ilustrar que todo evento humano possui algo a ser refletido e aprendido.

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1 comentário

  1. maria isalete de britto leal

    Esse fato eu não conhecia.
    Reportagem excelente e de grande importância para que possamos conhecer a cada dia mais a nossa história.
    Obrigada Andre Luiz por compartilhar seus conhecimentos.
    Parabéns Ecos da Segunda Guerra pela postagem.

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