Batalha da Inglaterra

A Batalha da Inglaterra na Segunda Guerra

A batalha da Inglaterra – Com a queda da França e a evacuação de Dunquerque, em meados de 1940, houve um breve período de trégua na Europa.

Adolf Hitler estava certo de que a guerra havia terminado e a Inglaterra pediria um acordo de paz em pouco tempo, pois a situação britânica era péssima e sua aliada a França havia sido derrotada. Porém, o tempo passou e não houve nenhum sinal britânico.

Assim, Hitler decide atacar a Inglaterra a fim de derrotá-la em seu próprio território, numa ofensiva chamada Operação Leão Marinho. Porém antes disso seria necessário destruir completamente a Força Aérea Britânica – RAF ou a invasão seria fadada ao fracasso.

Durante o mês de junho e início de julho de 1940, a Força Aérea Alemã revitalizou e reagrupou suas formações.

Batalha da Inglaterra
Spitfire sendo perseguido por caça da Luftwaffe

Comparando as duas frotas de aviões, os alemães eram mais velozes e tinha maior rapidez de subida, já os britânicos tinham melhor manobralidade e mais bem armados.

Os caças utilizados na batalha foram reconstruídos, e seus tanques diminuídos para portar mais armamentos – fato que seria problemático, pois os pilotos alemães tinham que voltar à França para reabastecer com freqüência, dando tempo à RAF de se restabelecer.

Para iniciar batalha a Luftwaffe reuniu 2 669 aeronaves operacionais, que incluia 1 015 bombardeiros, 346 caças de mergulho, 933 caças e 375 caças com armamento pesado.

No início de agosto começa a onde de ataques alemães às terras inglesas. Os ataques visavam objetivos militares, buscando a destruição de aeródromos, fábricas de avião e postos de controles aéreos.

Os Britânicos possuíam apenas 347 caças Hawker Hurricane, 199 Supermarine Spitfire, 69 caças noturnos Bristol Blenheim e 25 Boulton Paul Defiant.

Batalha da Inglaterra
Os He 111 do KG 55 “Griefen” seguindo para Londres

Apesar de a RAF ter um número muito inferior de aviões, começou a conquistar sucessivas vitórias que geraram grandes perdas para a Luftwaffe.

Atribui-se, em parte, essas vitórias ao sistema de comunicação inglês, que fazendo uso de uma tecnologia nova e ignorada pelos alemães, o radar, detectava as incursões alemãs, dando suporte aos seus caças. Outro fator era a própria localização geográfica, seguida da bravura dos pilotos da RAF, pois muitos pilotos que eram abatidos ejetavam-se e caiam em solo britânico e no mesmo dia voltavam a voar em outro avião. Fato impossível para os pilotos da Luftwaffe que quase sempre eram capturados quando aterrissavam em seus pára-quedas.

Os ataques da tinham um curso rotineiro, diariamente os bombardeiros alemães escoltados sempre por um grupo de caças voava sobre o território inglês buscando destruir toda a possibilidade de suporte da RAF. Apesar das grandes perdas nas batalhas, o objetivo estava sendo cumprido, já que os ingleses não tinham como recuperar sua força aérea. A derrota seria eminente, se um fato não alterasse completamente o curso da batalha.

Em mais uma noite de bombardeios, no dia 24 de agosto de 1940, 170 bombardeiros alemães seguiam em direção à Inglaterra, porém, uma parte desses bombardeiros se desviou, devido a um erro de navegação e bombardearam o centro de Londres, distanciando totalmente dos objetivos militares.

Batalha da Inglaterra
Heinkel He 111 sobrevoando Londres

Os ingleses deram fé de que o ataque tivesse sido intencional e na noite seguinte, 81 bombardeiros da RAF seguiram para Berlim, detonando um ataque surpresa, e o repetiram dias seguintes até o final do mês.

Furioso com a ousadia britânica, Hitler ordena a Goering que arrase a capital inglesa. Partindo deste ponto, os ataques alemães se voltaram exclusivamente a Londres, e parte dos objetivos militares foi esquecida.

A sucessão de ataques denominada blitz teve inicio em 7 de setembro, e foi efetivamente mortal, pois as defesas de Londres e a própria RAF estavam despreparadas. Os ataques seguiam à noite, e as bombas incendiárias atingiam grande parte de Londres. O bombardeio noturno foi repetido até 3 de novembro, ininterruptamente.

 

Batalha da Inglaterra
Destruição em Londres após os Bombardeios

Hitler, nesta altura ainda acreditava num possível tratado de paz, especialmente após as violentas incursões à capital inglesa, fato que para ele forçaria os ingleses pedir um acordo.

Dia 15 de setembro foi crucial da Batalha da Inglaterra. A Luftwaffe reuniu cerca de 1000 aviões para um ataque a Londres, mas a RAF também estava pronta para a batalha, e o fato do ataque ser de dia, anulou a superioridade numérica alemã.

A batalha durou o dia todo, e o céu de Londres se transformou num “inferno de máquinas voadoras”, com explosões e pedaço de fuselagens caindo por todos os lados. Ao anoitecer, a agilidade da RAF e a eficiência dos radares britânicos decidiram a batalha, os grupos de bombardeiros alemães eram rechaçados muito antes de chegarem a Londres. Quando os bombardeiros alemães conseguiam chegar a capital, os objetivos eram mudados devido às dificuldades e a ótima defesa promovida pelos caças ingleses; então deixavam suas bombas em qualquer lugar, e voltavam rapidamente para suas bases. Os resultados desse dia foram péssimos para a Luftwaffe. Piorando a situação alemã, naquela noite, o Comando de Bombardeiros da RAF atacou fortemente os navios nos portos de Boulogne e Antuérpia, causando numerosas baixas alemãs.

Coube a Adolf Hitler adiar temporariamente a operação Leão Marinho, não sabendo que suas chances de invadir a Inglaterra haviam sido perdidas.

Os bombardeios continuaram num ritmo menor que anteriormente, mas com ataques regulares. Tal situação foi positiva para a RAF, mas ruim para Londres; o objetivo era destruir capital completamente. Goering bombardeava Londres para desmoralizar os ingleses. Algum tempo depois os ataques diurnos ficaram raros, e além de bombardeios noturnos, que dificultavam a defesa, os ataques rumavam à altitudes cada vez mais superiores, chegando a 9.000m, impossibilitando qualquer chance de defesa.

Diariamente as bombas faziam ruir pouco a pouco toda a cidade. Casas, ferrovias, monumentos históricos, nada permanecia intacto e as explosões seguidas de chamas ocuparam a capital inglesa durante muitas semanas.

O número de bombardeio foi tão grande, que num dado momento, ainda que escondidos em porões e sob o risco de perderem suas residências, além do risco de morte; os cidadãos se acostumaram com os ataques noturnos. Tentavam gradativamente continuar com as suas vidas rotineiras que tinham antes da batalha. E ao invés de entrarem em pânico e pedirem a paz, uma motivação tomou os civis, militares e até a Família Real, que até caminhava pelos escombros incentivando a todos permanecerem firmes.

A resistência continuou até o termino dos bombardeios, em maio de 1941.

A Alemanha foi derrotada nessa batalha e orientou a guerra para outras frentes, conduzindo a maior parte do efetivo para o leste, na intenção de invadir a Rússia.

A Inglaterra venceu a batalha, mas Londres sofreu exageradamente com os bombardeios. Entre 7 de setembro a 13 de novembro a cidade foi atacada noturnamente por uma média de 160 aviões bombardeiros diariamente, somando 67 dias consecutivos de ataque e apenas 1 dia de trégua. Entre agosto e outubro de 1940, Londres sofreu com 13.755 toneladas de bombas explosivas e 14.421 recipientes de bombas incendiárias, não incluindo os seguintes meses de bombardeios até maio de 1941. No final de 1940, já havia 15.000 mortos.

Essa fase da guerra foi essencial para uma posterior derrota alemã. A mudança tática permitiu a Vitória inglesa e possibilitou o contra-ataque das forças aliadas posteriormente.

“A minoria” venceu pela organização e força de vontade.

IMAGENS DA BATALHA DA INGLATERRA

VÍDEOS SOBRE A BATALHA DA INGLATERRA

Uma sequencia de 6 vídeos que documentam cenas reais da batalha

Parte 1

Parte 2

Parte 3

Parte 4

Parte 5

Parte 6

 

Sobre Andre Almeida

Ex-militar do exército, psicólogo e desenvolvedor na área de TI.Sou um entusiasta acerca da Segunda Guerra Mundial e criei o site em 2008, sob a expectativa de ilustrar que todo evento humano possui algo a ser refletido e aprendido.

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