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Brasil na Segunda Guerra – FEB – Os Heróis Caídos em Combate Retornam a sua Pátria

A PÁTRIA A SEUS HERÓIS

O 08 de Maio de 1945 marcou o fim da guerra na Europa. Estava liquidado o poderio militar alemão, que Hitler levantara contra o mundo democrata e contra a Rússia comunista. Passou para a História como o “Dia da Vitória”.

O Brasil, pelos três ramos de suas Forças Armadas, havia colaborado ativamente para a vitória final. Em todos os setores, o nosso homem havia sabido corresponder à confiança de seus irmãos e de seus aliados. Escrevera, sem dúvida, mais uma página brilhante da história militar de nossa terra.

Finda a guerra os heróis brasileiros regressaram à Pátria, que os recebeu em meio a grande júbilo, tributando-lhes sincera e merecida homenagem. Cada cidade nossa rendeu a seus filhos as honras devidas. Por toda a parte do país, ergueram-se monumentos aos soldados, marinheiros e aviadores que haviam prestado inestimável colaboração à vitória da liberdade sobre a tirania, elevando bem alto, no conceito dos outros povos, o nome do Brasil. Mas, nem todos os que participaram da luta haviam retornado.

No Cemitério de Pistóia, na Itália, jaziam 443 mortos da FEB, número este que, somado ao de aviadores da FAB, elevava-se a cerca de 400. Lá, distante da Pátria, permaneceram seus restos mortais, olhados por uma cuidadosa guarda brasileira e cercados pelo carinho do povo italiano, agradecido aos nossos soldados, pela contribuição que esses haviam dado à libertação total de seu país.

Aqui no Brasil, as famílias enlutadas choravam por seus entes queridos, sepultados fora do solo pátrio, aguardando a concretização da promessa que o Governo fizera de transladar aqueles restos mortais e depositá-los definitivamente num mausoléu, cuja grandeza estaria à altura do sacrifício daqueles bravos. Seus nomes ficariam nele gravados, em letras de ouro, para que a Nação, agradecida e orgulhosa, jamais lhes olvidasse a memória.

Os anos se passaram e duas amargas queixas acompanharam aquelas famílias e os ex-combatentes de um modo geral. Os restos mortais de nossos pracinhas continuavam em Pistóia, já decorridos quinze anos do fim da guerra; por outro lado, muitos ex-combatentes vivos, particularmente alguns incapazes, viviam vida inglória, esquecidos, abandonados à sua sorte, como se, não tivessem sido heróis na luta pelos ideais de sua Pátria.

Felizmente, em 1960, terminada a construção do belo monumento prometido, que se ergue no aterro da Glória, no Rio de Janeiro, já transformado o antigo Distrito Federal em Estado da Guanabara, para lá foram conduzidos carinhosamente os restos mortais de nossos irmãos, que jaziam na Itália, em cerimônia comovente, de que participou o Governo, o povo brasileiro em geral, as famílias enlutadas, os ex-combatentes e muitas representações estrangeiras.

Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial

Agora, sim, poderíamos dizer que os últimos, a que a Pátria tinha possibilidade de mandar buscar, já estavam entre nós. Uma queixa fora apagada. Só não haviam regressado os marinheiros que, por predestinação, tiveram o oceano por sepultura, os passageiros dos navios mercantes torpedeados que tiveram de aceitar também o mar por última morada e alguns soldados desaparecidos na Itália.

Os que moram no mar têm seus nomes gravados para sempre no Monumento aos Heróis: é como se ali repousassem também.

Os desaparecidos, a Pátria aguardará sempre o seu regresso…

Resta reparar a segunda queixa. É mister que a Pátria saiba amparar aqueles seus filhos que um dia partiram para a guerra, vendendo saúde, e voltaram, mais cedo ou mais tarde, sãos, doentes ou mutilados, dignos da admiração e do respeito de nossa gente, e hoje, por desgraça, não mais se encontram em condições de lutar sozinhos pela vida. A Pátria não pode abandoná-los, a menos que, por outros atos, por demais indignos tenham desmerecido o nome de heróis.

“A Presença do Brasil na 2ª Guerra Mundial”
Raul Mattos A. Simões

Sobre Andre Almeida

Ex-militar do exército, psicólogo e desenvolvedor na área de TI.Sou um entusiasta acerca da Segunda Guerra Mundial e criei o site em 2008, sob a expectativa de ilustrar que todo evento humano possui algo a ser refletido e aprendido.

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2 comentários

  1. Helio Silva Sadayuki

    Parabéns ,Maria Auxiliadora, ainda não conheço seu trabalho ,mas vou ,sem dúvida , procurar .Como tambem sou filho de Ex-Combatente da FEB ,fico contente que ainda há pessoas que se lembrem e cultuem os feitos heróicos dos nossos bravos pracinhas . Pena , que com a política dos últimos 25 anos , notadamente nos “governos” petistas , o que tem sido feito , é aviltar sordidamentee distorcer a História recente ,colocando Militares como algozes e terroristas ,assaltantes e assassinos como vítimas !!!

    • Parabéns Helio pela sua colocação !!! Embora não seja filha de um Ex-Combatente, mas recordo plenamente do témino da segunda guerra mudial, que na época eu tinha seis anos e isso ficou gravado na minha mente. Tínhamos muita dificuldade de conseguir alimentos e os armazéns abriam somente meia porta e tudo era racionado. Muita emoção ao ver caminhões regressando com os soldados que por Deus se salvaram, mas só ele sabe como…fazendo várias pesquisas cheguei até aqui. Até hoje me pergunto, o que foi feito dos nossos pracinhas de guerra e seus comandantes sobreviventes, esquecidos que logicamente estão. E como você disse colocando nossos militares como algozes e assaltantes e assassinos como vítimas , mas a resposta esta ai …robam e ainda saem como vítimas, esse é o nosso governo.

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