Falaremos do veterano Joe Spagnolo durante a Segunda Guerra Mundial. Ele e sua tripulação dirigiram um Dragon Wagon na França, em 1944-45 e fizeram as fotos que ilustram este artigo. A condução do M25, como eles chamavam-lhe, não era tarefa fácil. Toda equipe foi formada na própria unidade, todos eram voluntários, mas ninguém sabia nada sobre o veículo monstro. Eles nem sequer sabiam como reabastecê-lo.
Eles tinham missão de recuperar tanques alemães e tanques Sherman próximos ao campo de batalha, se possível, caso contrário rebocá-los para oficina. Joe foi designado a comandar uma tripulação de seis homens e um M25.
Não tardou para que estes homens descobrissem que o Dragon Wagon era um veiculo fantástico. Um Sherman ficou preso (afundado) na lama em cerca de 30 metros de estrada intransitável e o Dragon Wagon foi capaz de puxá-lo. Os operadores de tanques não acreditavam no que via.
Num M25 era possível também carregar uma enorme quantidade de carga.
Os homens da equipe de Joe tentavam reparar os Shermans no campo. Caso não conseguissem, os tanques eram levados para a oficina.
Algumas vezes precisaram se defender. O M25 era equipado com uma metralhadora calibre 50. , arma esta que Joe era muito hábil. E quando um tanque Sherma precisava de operador, lá estava Joe novamente pronto para conduzi-lo.
No interior da cabine havia ainda uma submetralhadora Tompson e uma carabina M1, e todos da equipe portavam pistolas 45.
No interior da cabine não havia muito espaço, além de ser muito quente no verão e excessivamente gelado no inverno. Assim como num tanque, a tripulação tinha que lutar, trabalhar, comer e dormir no seu veículo.
Além de recuperar Shermans, tanques alemães também eram rebocados à oficina para que pudessem ser analisados a fim de se descobrir os seus pontos fortes e fracos. Joe rebocou alguns tanques Panther e 3 tanques Tiger, juntamente com diversos tanques Sherman que necessitaram de repararos.
Porém após um tempo, Joe recebeu ordem para ir ao campo de batalha e rebocar somente tanques alemães. Certa vez um Panther caiu numa armadilha. A explosão matou o seu artilheiro e Joe acabou perdendo parte de sua audição por causa do evento.
Ter seus tanques capturados por soldados estadunidenses não agradou nenhum um pouco aos alemães.
A manutenção do M25 era extensa. A cabine blindada era muito pesada para o chassi, gerando diversos problemas. Diversas vezes transportavam tanques que ultrapassavam o limite de peso máximo recomendado. O limite de peso estipulado para o transporte era 40 toneladas, o que permitia carregar um Sherman, porém os Panthers eram muito mais pesados. O excesso de peso era o principal problema de danos ao M25. Seus eixos muitas vezes simplesmente arriavam.
O M25 patinava em estradas nevadas. Em várias ocasiões um M25 precisou puxar outro nos meses de inverno.
O único desgosto de Joe era que por descender de família italiana, alguns soldados, incluindo alguns de sua tripulação, não gostavam de vê-lo no comando.
Joe era robusto e não aturava desaforos, e chegou a se envolver em brigas com alguns soldados. Isso ao menos fazia ocm que todos ao seu redor o respeitasse.
Joe esteve por toda a guerra ao lado do mesmo veículo. No final dao conflito em 1945, ele e sua equipe dormiam sob a Torre Eiffel em seu Dragon Wagon.
Excelente artigo Ricardo! Tenho um razoável conhecimento sobre a Segunda Guerra e sobre equipamentos militares, mas ainda não tinha ouvido falar nessa viatura (M25). Sempre há algo novo para aprender! Muito interessante esse relato sobre a manutenção de veículos ocorrida durante e após as batalhas. Para rebocar carros de combate em pleno campo, esse M25 devia ter sido um “monstro” mesmo! Grande abraço e parabéns pelo site!