Já imaginou um alvo tripulado para treinamento de tiro para artilheiros de bombardeiros? Pois durante a Segunda Guerra Mundial os norte-americanos fizeram essa loucura.
Estava eu pesquisando um assunto “X”, quando me deparei com esse artigo, para mim uma novidade que achei muito interessante, e achei legal compartilhar com todos os amigos.
Em 1943 os aliados estavam perdendo uma grande quantidade de seus bombardeiros B-24 e B-17, para os caças alemães, durante os ataques estratégicos sobre a Alemanha. Na época os pilotos do Reich eram muito bem treinados com muitas horas de voo. Nessa época a defesa dos bombardeiros era falha a mal treinada, os artilheiros tinham pouca experiência em combate.
Com perdas altíssimas, a Oitava Força Aérea chegou a cancelar missões de bombardeiro sobre a Alemanha por quase quarto meses, retornando em fevereiro de 1944, quando já tinha a proteção dos caças P-51. O ponto chave para esse cancelamento foi no dia 14 de outubro de 1943 quando perdeu 77 aeronaves e teve 112 avariadas, foram 590 mortos e 65 presos, na incursão em Scheweinfut-Alemanha. Esse dia foi conhecido como a “quinta-feira negra”.
Nesse meio tempo foram adaptados os treinamentos dos artilheiros para defesa das aeronaves em inúmeras bases aéreas, nessa época o treinamento era feito com alvos fixos em terra ou em alvos rebocados, e era usada munição real. Mas o Major Cameron Fairchild da USAAF propôs uma ideia um tanto ousada para aprimorar o treinamento dos artilheiros, era um treinamento jamais testado e jamais feito em outros países que consistia em treinar os artilheiros com situações reais de combate com caças tripulados e munições reais ou o mais próxima das reais. As munições eram feitas de baquelite para se pulverizar ao atingir as aeronaves, e as armas também foram modificadas para os testes.
Da em diante alguns problemas começaram a aparecer, o primeiro era encontrar a aeronave que se adaptaria ao treinamento, a principio foram realizados realizados testes com o bombardeiro bimotor Douglas A-20, que foi adaptado com uma blindagem extra no bico e em áreas expostas, mas era muito lento, e o teste precisava ser feito com um caça mais próximo dos Me-109 dos alemães. Para esse teste foram convocados dois veteranos do Pacifico (Cap. Charles T. Evercil e o Cap. JB Ronn), de inicio a informação era que iriam testar novas munições, mas quando chegaram e ficaram sabendo da missão levaram um susto, que só foi amenizado com exercícios feitos em solo.
Alguns caças como o P-51 Mustang e 0 P-47 Thunderbolt foram pensados, mas estavam em operação plena. Então chegaram no P-63 Aircobra, que estava sendo fabricado para serem enviados para a soviéticos pelo Lend-Lease. Após o inicio dos treinamentos foi acrescentado o “R” no nome do caça que significava “impedido de combate”.
O Segundo principal problema foi em questão da preparação da aeronave, todas tiveram uma blindagem extra, debaixo da blindagem foram instalados sensores que mandavam sinal a um marcador no painel do piloto para informar a quantidade de tiros acertados, e no cubo da hélice, no lugar do canhão foi instalado uma lâmpada vermelha que piscava também piscava a cada acerto dos artilheiros, assim poderiam conseguir calibrar seus tiros.
Para facilitar a vida dos artilheiros os pilotos do RP-63 faziam somente passagens paralelas com os bombardeiros. Com os testes em pleno vapor, alguns pequenos problemas foram detectados com os RP-63, o principal era a pouca resistência dos radiadores, que os artilheiros não conseguiam evitar o acerto, sendo inevitável o aquecimentos dos motores. Os problemas foram resolvidos com os novos modelos RP-63G com blindagem estendida, mas já estava chegando o final da guerra e o projeto foi esquecido.
Fonte: Revista francesa Aero Journal